ATA DA QÜINQUAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
26-6-2006.
Aos vinte e seis dias do mês de junho do ano de dois
mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni,
Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr.
Raul, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José Ismael Heinen,
Manuela d'Ávila, Neuza Canabarro e Raul Carrion. Constatada a existência de
quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Carlos Comassetto,
Carlos Todeschini, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Gerson Almeida, João Carlos
Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela
Meneghetti, Mônica Leal, Paulo Odone, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia
Cavedon e Valdir Caetano. Às quatorze horas e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quatorze horas e vinte minutos, constatada a
existência de quórum. À MESA, foram encaminhados: pela Comissão de Defesa do
Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, os Pedidos de Providência nos
1453, 1454, 1455, 1456, 1457, 1458, 1459 e 1460/06 (Processos nos
3636, 3637, 3638, 3639, 3640, 3641, 3642 e 3643/06, respectivamente); pelo
Vereador Almerindo Filho, o Pedido de Providência nº 1415/06 (Processo nº
3549/06); pelo Vereador João Bosco Vaz, o Projeto de Resolução nº 079/06
(Processo nº 3281/06); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Pedido de Providência
nº 1452/06 (Processo nº 3635/06); pelo Vereador Jocelin Azambuja, os Pedidos de
Providência nos 1438, 1439 e 1440/06 (Processos nos 3621,
3522 e 3623/06, respectivamente); pelo Vereador José Ismael Heinen, o Projeto
de Lei do Legislativo nº 145/06 (Processo nº 3449/06); pela Vereadora Maria
Luiza, o Projeto de Lei do Legislativo nº 311/05 (Processo nº 6780/05); pelo
Vereador Mario Fraga, o Projeto de Lei do Legislativo nº 151/06 (Processo nº
3562/06); pela Vereadora Maristela Maffei, os Pedidos de Providência nos
1461 e 1462/06 (Processos nos 3644 e 3645/06, respectivamente); pelo
Vereador Professor Garcia, os Pedidos de Providência nos 1441, 1442,
1443, 1444, 1445, 1446, 1447, 1448, 1449, 1450 e 1451/06 (Processos nos
3624, 3625, 3626, 3627, 3628, 3629, 3630, 3631, 3632, 3633 e 3634/06,
respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram Ofícios s/nº, do Senhor Carlos Nunes
da Costa, Coordenador-Geral de Programas para o Desenvolvimento do Ensino do
Ministério da Educação. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Vergílio Frederico Perius, Presidente do Sindicato e
Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul – OCERGS –, que discorreu acerca do Projeto de Lei do
Executivo nº 7009/06, em tramitação na Câmara dos Deputados, que dispõe sobre a
organização e o funcionamento das cooperativas de trabalho e institui o Programa
Nacional de Fomento às Cooperativas de Trabalho – PRONACOOP. Quanto ao tema, considerou necessária
a retirada de tramitação desse Processo, afirmando que seu teor não foi devidamente debatido e representa
um retrocesso legal, implicando
intervenção do Estado em sociedades cooperativadas. Na ocasião, nos termos do
artigo 206 do Regimento, os Vereadores Raul Carrion, João Carlos Nedel, José
Ismael Heinen, Bernardino Vendruscolo, Adeli Sell e Ervino Besson e a Vereadora
Clênia Maranhão manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna
Popular. Às quatorze horas e cinqüenta e dois minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e seis
minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, o Senhor Presidente
apregoou Declaração firmada pela Vereadora Manuela d'Ávila, informando que se
ausentará da presente Sessão, para participar de Audiência na 8ª Vara Criminal
do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Também, foi apregoado
Requerimento de autoria do Vereador Elias Vidal, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde de hoje ao dia vinte e nove de junho do corrente, tendo o
Senhor Presidente declarado empossada na vereança a Suplente Maria Luiza,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Na
oportunidade, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Cassiá Carpes,
Líder da Bancada do PTB, informando o impedimento do Suplente Nilo Santos em
assumir a vereança em substituição ao Vereador Elias Vidal, no período
referido. Após, o Senhor Presidente registrou a presença da Senhora Ângela
Baldino, Diretora-Geral do Escritório Municipal de Turismo, convidando-a a
integrar a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra a Sua Senhoria, que teceu considerações acerca das
políticas de turismo atualmente implantadas na Cidade, salientando que as atividades desse setor representam geração de
emprego e renda e viabilizam melhor qualidade de vida à população. Da mesma forma, manifestou-se sobre o
III Fórum Mundial de Turismo para a Paz e Desenvolvimento Sustentável,
programado para o mês de novembro do corrente, em Porto Alegre. Em
prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores Adeli
Sell, Raul Carrion, Carlos Comassetto, Ervino Besson, Claudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, João Carlos Nedel, Bernardino Vendruscolo, José Ismael Heinen e Margarete
Moraes, que se manifestaram e formularam questionamentos acerca do assunto abordado
pela Senhora Ângela Baldino. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elói Guimarães
saudou a presença, na Casa, da
Senhora Ângela Baldino, Diretora-Geral do Escritório Municipal do Turismo, destacando a relevância de investimentos
em turismo para o desenvolvimento econômico, social e cultural de um País. Igualmente, elogiou as políticas
implementadas pelo Prefeito José Fogaça nessa área, chamando a atenção para as potencialidades turísticas e a
infra-estrutura hoteleira disponíveis em Porto Alegre. A seguir, foi apregoado
Requerimento de autoria da Vereadora Maria Celeste, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde, de hoje ao dia vinte e nove de junho do corrente, tendo o
Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Gerson Almeida,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor,
Direitos Humanos e Segurança Urbana. Na ocasião, foram apregoadas Declarações
firmadas pela Vereadora Sofia Cavedon, Líder da Bancada do PT, informando o
impedimento dos Suplentes Marcelo Danéris e Guilherme Barbosa em assumirem a
vereança em substituição à Vereadora Maria Celeste, no período referido. Após,
o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Ângela Baldino, que respondeu
aos questionamentos formulados pelos Senhores Vereadores sobre o Escritório
Municipal de Turismo e o III Fórum Mundial de Turismo para a Paz e
Desenvolvimento Sustentável. Às dezesseis horas e quarenta e sete minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e
cinqüenta e um minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE
EXPEDIENTE, o Vereador Adeli Sell registrou
o transcurso, no dia vinte e um deste mês, do Dia Municipal de Divulgação e
Conscientização da Fibrose Cística – Mucoviscidose –, atentando para a falta, junto aos órgãos públicos, de medicação
necessária ao controle dessa doença. Também,
cumprimentou a Associação Gaúcha de Apoio à Mucoviscidose pela atuação
no esclarecimento dos sintomas e riscos dessa enfermidade e no apoio aos
doentes e seus familiares. O Vereador Professor Garcia informou que o Partido Popular Socialista, em convenção realizada
ontem, oficializou as candidaturas do Senhor Nelson Proença e da Senhora Hilda
de Souza aos cargos de Governador e Vice-Governadora do Rio Grande do Sul nas
eleições de outubro do corrente. Nesse
sentido, enfatizou que esse Partido defenderá a proposta de uma gestão
do Estado embasada no diálogo e na atuação conjunta entre os diferentes setores
que constituem a sociedade gaúcha. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib
lamentou a rejeição, por esta
Casa, do Requerimento de sua autoria, encaminhado à Mesa em maio do corrente,
para estudo da legalidade do Decreto Municipal nº 15.194/06. Ainda, afirmou que esse Decreto não
respeita as políticas salariais vigentes para os municipários, registrando que a Comissão de
Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL encaminhará questionamento sobre o
tema à Comissão de Constituição de Justiça. Após, foram apregoadas as Emendas nos
08, 09 e 10, de autoria do Vereador Claudio Sebenelo, Líder da Bancada do PSDB,
ao Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 201/04
(Processo nº 4758/04). Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Aldacir Oliboni saudou a
promulgação, hoje, pelo Presidente deste Legislativo, do Projeto de Emenda à
Lei Orgânica nº 007/05, que veda a prática de nepotismo na Administração
Pública Municipal. Além disso, comentou
encontro de artesãos ocorrido neste Legislativo no dia vinte e três deste mês, avaliando a importância do artesanato
para a economia gaúcha e apoiando
proposta em tramitação no Congresso Nacional, que regulamenta essa atividade. O
Vereador Dr. Goulart analisou problemas
físicos e estéticos causados pela gigantomastia, doença que atinge
principalmente as mulheres, salientando
que os pacientes dessa enfermidade não possuem atendimento adequado em unidades
públicas de saúde. Da mesma forma,
teceu considerações acerca do Projeto de Lei do Legislativo nº 433/03,
de sua autoria, em tramitação na Casa, que implanta a cirurgia plástica de
mamas e de abdômen pelo Sistema Único de Saúde no Município. O Vereador Dr.
Raul apoiou a municipalização
das Unidades Estaduais de Saúde do Bairro Partenon, ligadas ao Centro de Saúde-Escola
Murialdo. Também, abordou o
Projeto de Lei do Legislativo nº 090/05, de autoria de Sua Excelência, que
autoriza a criação do Centro Integrado de Planejamento Familiar de Porto
Alegre, destacando que essa iniciativa objetiva proporcionar a gratuidade em
serviços que vão desde a orientação e informação até a realização de cirurgias
nessa área. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion avaliou a luta dos
comerciários, no sentido de que o trabalho aos domingos só seja permitido por
acordo entre os sindicatos de patrões e empregados. Ainda, registrou decréscimo
nas taxas de desemprego nas regiões metropolitanas brasileiras e abordou
mobilizações a ocorrerem no País no dia vinte e oito deste mês, como parte da
“Jornada de luta pela Reforma Urbana”, promovida pelo Fórum Nacional de Reforma
Urbana. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria da Mesa Diretora da
Câmara Municipal de Porto Alegre, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º,
do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para a Vereadora Maristela
Maffei, no dia de hoje. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell discorreu sobre
os índices de criminalidade constatados no Rio Grande do Sul, analisando as
causas do aumento de furtos e roubos e cobrando da Secretaria Estadual da
Justiça e da Segurança medidas eficazes no combate e investigação da criminalidade.
Sobre o assunto, elogiou a prisão de narcotraficante que atuava na Zona Norte
de Porto Alegre e solicitou providências quanto ao comércio irregular de peças
automotivas, existente na Avenida Azenha. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Claudio Sebenelo rebateu críticas formuladas pelo Vereador Adeli Sell às
políticas de segurança pública do Estado, argumentando que a criminalidade é
fruto da falta de ações do Governo Federal. Nesse contexto, avaliou
negativamente o desempenho do Partido dos Trabalhadores à frente da Presidência
da República, mencionando denúncias de envolvimento de parlamentares ligados ao
PT em casos de corrupção e desvio de verbas públicas. O Vereador Gerson
Almeida, referindo-se ao pronunciamento do Vereador Claudio Sebenelo, em
Comunicação de Líder, questionou a eficácia das políticas de segurança pública
desenvolvidas em Porto Alegre e no Estado. Nesse sentido, alegou que outros
aspectos da sociedade, como falta de educação e desigualdade social, influenciam
nos índices de violência, sustentando que devem ser realizadas discussões
aprofundadas sobre esses temas, na busca por soluções para a falta de
segurança. O Vereador José Ismael Heinen questionou as políticas públicas
implementadas pelo Governo Federal, especialmente na área da segurança e do
gerenciamento do funcionalismo público. Sobre o tema, analisou a promessa de aumentos
salariais ao funcionalismo, feita pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alegando que esses reajustes são
extemporâneos e têm objetivo eleitoral, uma vez que confrontam a legislação
vigente, de acordo com entendimentos do Tribunal Superior Eleitoral. O Vereador
João Antonio Dib pronunciou-se sobre o artigo 229 do Regimento, que dispõe sobre
o uso do período de Comunicação de Líder para assuntos de urgência ou muita
importância, desde que deferido pelo Senhor Presidente. Nesse contexto,
declarou que têm havido distorção no uso desse dispositivo regimental, uma vez
que, segundo Sua Excelência, os temas abordados muitas vezes não são urgentes
nem do interesse do Município. O Vereador Paulo Odone referiu-se à Convenção
Partidária realizada ontem pelo PPS, registrando que, nessa reunião, foi
aclamada por unanimidade a chapa para concorrer aos cargos de Governador e
Vice-Governador, com os nomes, respectivamente do Senhor Nélson Proença e da
Senhora Ilda de Souza. Sobre o assunto, examinou as alternativas propostas pelo
PPS para governar o Estado e as possibilidades de sucesso na campanha eleitoral
do corrente ano. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/06, discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib e Carlos Todeschini, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 082, 084, 123, 124 e 134/06, o Projeto de Resolução
nº 061/06, discutido pelos Vereadores Adeli Sell e João Antonio Dib; em 2ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 136 e 144/06, os
Projetos de Resolução nos 074 e 080/06, este discutido pelo Vereador
José Ismael Heinen; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
090, 119, 129, 132, 133 e 137/06, este discutido pelo Vereador Dr. Raul. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Mario Fraga registrou que, em convenção realizada ontem pelo Partido Democrático
Trabalhista, foi definido o lançamento de candidaturas próprias às eleições de
outubro do corrente ano, com a indicação dos Senhores Alceu Collares e Pery
Coelho, respectivamente, como candidatos aos cargos de Governador e
Vice-Governador do Rio Grande do Sul, e do Senhor Valmir Batista como candidato
ao Senado. Após, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador
Mario Fraga, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do quórum
necessário para a discussão de matérias constantes na Ordem do Dia. Às dezoito
horas e cinqüenta minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na
Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando
os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart, Luiz
Braz, Bernardino Vendruscolo e Mario Fraga, os dois últimos nos termos do
artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelos Vereadores Valdir
Caetano e Adeli Sell, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Valdir Caetano,
3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada por mim e pelos Senhores Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Há quórum.
Srs. Vereadores,
antes de começar os trabalhos ordinários da Sessão, comunico que, em vez de
assinarmos a Lei do Nepotismo no Gabinete da Presidência, para que todos os
Vereadores participem do Ato, essa breve cerimônia, mas não menos importante do
que breve, será feita aqui, junto com os nossos companheiros de Plenário.
Suspendemos a Sessão
para a promulgação da Lei.
(Suspendem-se os
trabalhos às 14h05min.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart - 14h20min): Estão
reabertos os trabalhos.
(Procede-se à leitura das proposições.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Passamos à
O Sr. Vergilio
Frederico Perius, Presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do
Estado do Rio Grande do Sul - OCERGS -, está com a palavra, para tratar de
assunto relativo ao Projeto de Lei do Poder Executivo nº 7.009/06, pelo tempo
regimental de 10 minutos.
O SR. VERGILIO FREDERICO PERIUS: Excelentíssimo
Sr. Presidente desta Câmara; quero saudar especialmente os Vereadores
integrantes da Frente Parlamentar do Cooperativismo desta Casa, o seu
Presidente, Ver. Ervino Besson; o Vereador-Secretário, Raul Carrion; os
Vereadores Haroldo de Souza, Clênia Maranhão, Carlos Comassetto, Neuza Canabarro,
Aldacir Oliboni, Adeli Sell, Sebastião Melo, Ismael Heinen e tantos outros
afinados com a proposta cooperativa.
Quando, Srs. Vereadores, no dia 19 deste mês,
estivemos nesta Casa com um grande número de cooperativas do Rio Grande do Sul
- cerca de 150 integrantes -, junto com os Vereadores desta Casa, para nos
manifestar a respeito do Projeto de Lei do Poder Executivo Federal relativo à
matéria de regulamentação das cooperativas de trabalho, ficou acordado com os
nobres Vereadores da Frencoop que
falaríamos em um espaço de tempo, aqui, para colocar todos os Vereadores a par
do que trata o respectivo Projeto de Lei, que está no Congresso Nacional.
Queremos dizer, Srs. Vereadores, que as
cooperativas de trabalho no Brasil, hoje, são constituídas por cerca de quatro
milhões de trabalhadores que têm uma relação cooperativada, atingindo cerca de
15 milhões de brasileiros com trabalho e renda, que ajudam o Brasil a crescer.
Essas cooperativas, sem dúvida nenhuma, neste
momento, no Brasil, constituem-se, de certo modo, em alternativas de trabalho e
renda para muitos trabalhadores, notadamente os da exclusão social, que não
estão hoje adequados por qualificação profissional e que, devido ao descontrole
entre oferta e procura no mercado de trabalho formal, não encontram emprego e
nem serviço público.
Senhores, aqui em nosso Estado, podemos afirmar,
Sr. Presidente, que 10% - nem isso; talvez 5% - das cooperativas têm tratamento
não-consentâneo e não-adequado à lei cooperativista e nem aos procedimentos de
uma boa cooperativa.
O Governo Federal, por meio do próprio Executivo
Federal, encaminhou recentemente um Projeto de Lei ao Congresso Nacional; e o
pior: o fez sem consulta a nenhuma cooperativa de trabalho; fez, igualmente, em
regime de urgência constitucional, de tal modo que, amanhã, a matéria, lá no
Congresso Nacional, já estará sujeita, na Câmara Federal, à aprovação. Não
tivemos tempo de rediscutir. Houve, sim, apenas um Projeto Substitutivo que
também não alcança as necessidades das cooperativas de trabalho.
O que contém esse Projeto? Qual é a verdadeira
intenção desse Projeto do Executivo Federal? Primeiro: ele visa a regulamentar
matéria que já é do conhecimento da legislação cooperativista. Portanto, nesse
particular, o Projeto é inútil, porquanto ele vai criar duas legislações em
matéria de cooperativas de trabalho. Existe a lei geral cooperativa, e vai
existir um normativo jurídico especial para as cooperativas de trabalho, no
qual, no mínimo, conflitam-se muitas normas que já constam hoje como regra geral
para todas as cooperativas.
Ademais, o Governo Federal, criando uma lei
especial para as cooperativas de trabalho, vai criar uma dificuldade enorme de
haver uniformidade no sistema cooperativista brasileiro, porque teríamos, a
rigor, que criar, então, treze legislações de cooperativas de trabalho;
estaríamos quase copiando o nosso vizinho, o Uruguai, que tem várias
legislações sobre cooperativas, e ninguém chega à conclusão sobre qual é a
verdadeira legislação para as cooperativas.
Em segundo lugar, o Projeto de Lei nº 7.009, de
iniciativa do Executivo, incorre em diversas inconstitucionalidades. Esta Casa
é premiada, inclusive, com Vereadores que foram Constituintes. Se não me falha
a memória, o Dr. Ibsen é um deles, lutou lá na Constituinte. E lá se lutou
fortemente, junto com toda a sociedade brasileira, na ocasião, em 1988, para
que o Governo não interferisse mais nas sociedades cooperativas como ocorria
antes. A exceção que se dá é nas cooperativas de crédito, em que o Banco
Central controla o segmento cooperativo, por ser parte integrante do Sistema
Financeiro Nacional. Nas demais cooperativas não há mais controle do Estado,
não há mais interferência no funcionamento das cooperativas. E isso nós
consideramos, cooperativistas do Brasil, a “carta de alforria” do
cooperativismo brasileiro, pois o Estado não é mais interventor, tutelador, mas
passou a ser meramente um apoiador, um estimulador do segmento cooperativista.
Mas, infelizmente, esse Projeto consagra, num
capítulo inteiro, o controle do Ministério do Trabalho e Emprego e o controle
do Ministério Público do Trabalho sobre a vida das cooperativas; intervém,
denuncia, autua, aplica multas e fecha cooperativas quando quer, através de
dissolução judicial requerida. Isso significa um retrocesso, Srs. Vereadores, à
época anterior a 1988 e, para nós, à época pior dos 50 anos do cooperativismo
tutelado pelo Estado, quando o cooperativismo não foi melhor do que é hoje.
Infelizmente, nós voltamos à triste época da tutela do Estado sobre as
sociedades privadas, que são as sociedades cooperativas.
De modo que, por essas inconstitucionalidades
que o Projeto contém, só por esse motivo, nobres Vereadores, devemos afastar o
Projeto.
Ademais, o que nós precisamos lembrar é que,
para a intenção do Projeto, o de criar um Pronacoop - Programa de Apoio
Financeiro às Cooperativas -, cuja origem é o FAT - Fundo de Amparo ao
Trabalhador -, não precisavam de lei; bastava o Executivo Federal tomar uma
resolução, uma simples e mera resolução e alcançar às cooperativas de trabalho
os recursos do FAT.
Por fim, a verdadeira intenção desse Projeto, a
nosso juízo, é realmente extinguir o § único do art. 442 da CLT, que protege as
cooperativas em relação às demandas trabalhistas de seus associados;
evidentemente não, quando há fraudes - e, quando há fraudes, isso deve ocorrer
como a Lei excetua -, mas as verdadeiras cooperativas - e eu quero reprisar
que, em nosso Estado, 90% das cooperativas gaúchas estão, inclusive,
registradas e legalizadas na nossa instituição -, essas não merecem o Projeto
que está, neste momento, no Congresso Nacional e que, amanhã, será submetido à
aprovação ou reprovação do Srs. Deputados Federais.
Assim, Vereadores, os senhores integram todos os
Partidos, e a nossa Frencoop não tem Partido; ela é integrada por todos os
Partidos, como nos diz a nominata dos integrantes.
O nosso apelo, o da OCERGS, é no sentido de que
os Srs. Vereadores apóiem as boas cooperativas de trabalho, colaborarem conosco
na OCERGS, denunciando, inclusive, as erradas cooperativas de trabalho, para
sanear e moralizar o cooperativismo naquilo que ele precisa. Para isso não
precisamos de legislação; já temos leis suficientes no País, e, sobre esse
segmento, temos 23 legislações cooperativas; e teríamos mais uma a atrapalhar,
talvez, o bom andamento do segmento cooperativo.
Faço um apelo à Frencoop Municipal, para que,
junto com seus Pares, seus Partidos, em nível federal, possa, lá, sim, influir
para que, ao menos, esse Projeto seja retirado do Congresso Nacional, e, se
necessário, que se discuta um novo Projeto, mas um Projeto que venha a favor
das cooperativas de trabalho, e não em detrimento do bom andamento das
cooperativas de trabalho. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Raul
Carrion está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Em primeiro
lugar, os nossos cumprimentos ao Sr. Vergilio Frederico Perius, Presidente da
OCERGS, em nome de quem saúdo todos os representantes das cooperativas aqui presentes.
Quero dizer que a nossa Bancada, formada por mim
e pela Verª Manuela, é uma Bancada incontestavelmente apoiadora do
cooperativismo e das cooperativas sérias; e até isso tem a ver com a nossa
visão de mundo. Aliás, o cooperativismo foi muito desenvolvido pelos Partidos
socialistas, é de cunho socialista, social-democrata, e entendemos que é uma
forma de superarmos uma sociedade excludente, de exploração do homem pelo
homem, de opressão do homem pelo homem. E nós fazemos parte da Frencoop.
Isto posto, eu gostaria de fazer algumas
ponderações a Vossa Senhoria. Nós
entendemos que existem muitas cooperativas e, principalmente, de trabalho, que
são, inclusive, conhecidas como “coopergatos”, onde uma relação
pseudocooperativa é utilizada para a espoliação dos trabalhadores.
Então, nos parece que a preocupação dessa
legislação federal é exatamente esse tipo de problema, assim como o
cooperativismo na área de crédito. V. Sa. concorda com a necessidade da
existência de uma legislação. É necessária, existe, e não há oposição da
OCERGS. Nós entendemos que, desde que seja de forma correta, que não impeça
essa autonomia que as cooperativas têm de ter; é necessário regrar a relação
trabalhista. E V. Sª se referiu às falsas cooperativas, que até indicam mal o
nome do cooperativismo.
Então, nós entendemos que é esse o objetivo.
Estamos à disposição, como Bancada, trabalhando para que, dentro desse
objetivo, se aperfeiçoe a legislação sobre as cooperativas e que, ao mesmo
tempo, se garanta o florescimento e o fomento, ao máximo, do cooperativismo.
Para concluir, com a vênia de V. Exª, Sr.
Presidente, eu quero recordar aqui palavras de um grande pensador liberal,
Lacordaire, que diz o seguinte: “Entre o forte e o fraco, a liberdade oprime e
a lei liberta”.
Às vezes, no contexto da nossa sociedade, de
exploração e de opressão, são necessárias leis para proteger os mais fracos. E
na relação entre as “coopergatos” e os trabalhadores, os trabalhadores são os
mais fracos. Sei que V. Sa. não representa esse setor; representa o
cooperativismo sério, mas leve em consideração que, dentro do cooperativismo,
existem as más cooperativas, e a Lei pretende isso, se ela está passando do seu
objetivo, nós somos parceiros no trabalho para colocá-las nos trilhos
verdadeiros. Muito obrigado, em nome da Bancada do PCdoB.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu gostaria, em
nome da Bancada do Partido Progressista, do Ver. João Antonio Dib, nosso Líder;
da Verª Mônica Leal e no meu, de dar as boas-vindas ao Dr. Vergilio Perius,
Presidente da OCERGS.
Dr. Vergilio, a nossa Bancada conhece muito bem
a sua competência, os seus elevados anos de estudo e especialização no setor de
cooperativas. Portanto nós confiamos plenamente no que V. Sa. vem nos dizer,
pois o que V. Sa. nos diz aqui é fruto da sua experiência e da sua competência.
Eu quero dizer que a nossa Bancada está à
disposição para também entrar em contato com a nossa Bancada no Governo Federal
para rejeitar esse Projeto, porque V. Sa. assim bem nos orienta. Estamos à sua
disposição e o cumprimentamos pelo seu grande trabalho em favor das
cooperativas do nosso Estado e do Brasil. Meus parabéns; seja muito bem-vindo!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
O Ver. José Ismael
Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Excelentíssimo
Sr. Presidente, Dr. Goulart; nobre Professor Vergilio Perius, nosso grande
Presidente, líder do cooperativismo no Estado do Rio Grande do Sul, hoje na
Presidência da OCERGS, eu quero dizer que o Partido da Frente Liberal está coeso com esse movimento que se começa
a fazer aqui no Estado do Rio Grande do Sul para defender o cooperativismo,
defender a autonomia do cooperativismo, tão duramente conquistada, e contra
essa tentativa atual do nosso Governo Federal, através desse Projeto de Lei que
ele encaminhou, nº 7.009, de 2006, que visa a nada mais do que fragilizar o
cooperativismo, dividir o cooperativismo e, talvez, intervir no cooperativismo.
Então, nós temos de repudiar esse Projeto, nós temos de fazer com que seja
mudado esse Projeto de Lei, para que não haja essa intervenção no cooperativismo.
Chega de intervenção neste País! Chega de intervenção do Executivo naquelas
coisas que funcionam, porque o sistema cooperativista, Presidente, é o mais
perfeito que eu conheço, tanto de produção, tanto de trabalho, tanto
habitacional, seja o cooperativismo que for. Tanto é que, daqui a alguns dias,
estaremos homenageando um dos grandes arquitetos do cooperativismo, um dos
apoiadores do cooperativismo no Brasil, o Dr. Arnaldo Prieto, que estará
recebendo o Título Honorífico de Cidadão Porto Alegre.
Eu quero dizer ao nobre Presidente que recém
assumiu a OCERGS: na sua autenticidade, na sua capacidade, nós temos a certeza
de que venceremos esse óbice que estão tentando colocar no caminho e no
funcionamento desse sistema perfeito de democracia plena e participativa, que é
o nosso cooperativismo. Vá em frente, Presidente, e conte conosco! Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, Dr.
Vergilio Frederico Perius, eu, antes de falar de cooperativa de trabalho, quero
lhe dizer e dizer a todos que adquiri a minha primeira casa própria através de
cooperativa habitacional e tenho o maior orgulho de ter sido, inclusive,
Presidente dessa cooperativa. Acredito muito em cooperativismo.
Aqui eu falo em nome dos Vereadores Ibsen
Pinheiro, Haroldo de Souza, Sebastião Melo e também do Dr. Raul - que substitui
o nosso querido Ver. Haroldo de Souza, que está na Alemanha.
Mas eu, na vida privada, trabalho com prestação
de serviços, e lá eu tenho provas, convivo quase que permanentemente com a
injustiça: as empresas de portaria estão falindo, vêm falindo, ao longo do
tempo, dada a carga tributária e a
falta de organização interna; e essas empresas, antes de fecharem as
portas, migram para o sistema de cooperativa. E, infelizmente, quem acaba
pagando tudo isso, depois, são os tomadores de serviço, é a sociedade, que, na
sua grande maioria, não está preparada para fiscalizar essa prestação de
serviço. Parece-me que o Judiciário e as Delegacias Regionais do Trabalho
deveriam, irmanadas, fiscalizar isso, para que nós, sociedade, não paguemos de
forma redobrada. Parabéns!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Vereador.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI SELL: Em nome da
minha Bancada, do Partido dos Trabalhadores, eu queria saudar o nosso mestre do
cooperativismo, meu caro professor. Acho de fundamental importância o papel que
o senhor está desempenhando agora na Organização das Cooperativas do Brasil e
aqui no Rio Grande do Sul, porque essa questão já foi anteriormente levantada,
das cooperativas de trabalho, e falei há pouco, são preocupações nossas,
permanentes, até porque fazemos parte da Frente Parlamentar em Defesa do
Cooperativismo.
O que queremos são as boas cooperativas, e, como
em toda atividade econômica, social, temos de separar o joio do trigo, saber
quais são as boas e quais são as más. Inclusive, há problemas de legislação
federal, que, na minha opinião, deram margem a esse tipo de atividade que temos
de condenar.
Mas tenho certeza de que, com o trabalho de V.
Sª, com a nossa vigilância permanente, atingiremos o nosso objetivo; e também
temos de ser justos e denunciar quando a gente encontra erros, como fizemos
aqui na Casa, quando, recentemente, ocorreu numa contratação terceirizada e
tivemos de tomar atitudes.
Mas, em defesa das cooperativas, em defesa da
coisa certa, receba as nossas congratulações e o nosso desejo de que haja uma
gestão profícua na OCERGS. Obrigado
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO
BESSON:
Sr. Presidente; Srs. Vereadores; Sras Vereadoras, caro amigo, grande
lutador, Dr. Vergilio Frederico, em nome da Bancada do PDT, em meu nome, em
nome do Ver. Mario Fraga - que ontem conversou com o Collares, que se colocou à
disposição para ajudar nesse Projeto -, da Verª Neuza, do Ver. Nereu, do Ver.
João Bosco Vaz, queremos saudá-lo; estendemos essa saudação a todo esse grupo
de pessoas que trabalha no sistema cooperativista, e incluímos aqui essa
guerreira, que é a Dulce, a Presidente da Fetrabalho.
Sempre digo e, quando tenho a oportunidade,
repito que o Governo, por mais inteligente que seja - e isso serve para nós -,
se não tiver uma boa assessoria, pecará muito. Infelizmente, o nosso Presidente
está pecando, está cometendo muitos erros por falta de uma boa assessoria. Eu
poderia citar vários exemplos, mas vou pegar o assunto do momento: acho que a
equipe do Presidente não tem conhecimento para avaliar o malefício que o
Projeto trará ao sistema cooperativista.
O sistema cooperativista é um sistema que sempre
vem de uma grande luta, e é mais uma luta que vamos enfrentar. E vamos vencer,
meu caro Vergilio, porque nós temos gente boa, nós temos gente que
entende, nós temos gente que pensa como nós pensamos, que, na mudança deste
País, está como um dos pontos principais o sistema cooperativista. E nós temos,
aqui na Casa, um grupo de Vereadores que está trabalhando em cima disso. Eu até
vou repetir o nome dos Vereadores: eu, que presido a Frencoop, nesta Casa, com
muito orgulho; o Ver. Raul Carrion, Secretário; o Ver. Haroldo de Souza; o Ver.
Mario Fraga, que também tem um Projeto de Lei sobre o sistema cooperativista,
mas que, prontamente, o retirou, atendendo o pedido das entidades - e isso é
ato de grandeza do Vereador -; a Verª Clênia; o Ver. Comassetto; a Verª Neuza;
o Ver. Aldacir Oliboni; o Ver. Adeli Sell; o Ver. Sebastião Melo e o Ver.
Ismael, que também tem um relevante trabalho no sistema da área habitacional.
Portanto estamos juntos nesta luta, meu caro
Vergilio. Como já disse, já vencemos tantas batalhas nessa área e vamos vencer
essa também, se Deus quiser. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente;
Sras Vereadoras; Srs. Vereadores, eu queria, em meu nome, em nome da
minha Bancada, o PPS, falando também em nome do Ver. Professor Garcia, do Ver.
Paulo Odone e do Ver. Elias Vidal, saudar a presença do Presidente da OCERGS e
dizer que é um prazer muito grande receber V. Sª em nossa Casa, na tarde de
hoje. Também componho a Frente, juntamente com outros Vereadores, na luta pelo
cooperativismo, pelo seu desenvolvimento, pelo seu reconhecimento.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart - 14h56min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passo a ler a missiva da Verª Manuela. (Lê.):
“Informo e peço que comunique aos nossos Pares que estarei ausente no restante
da Sessão Plenária, em função de convocação para testemunha em audiência no
Fórum Central desta Capital. Manuela d’Ávila”.
O Ver. Elias Vidal
solicita Licença para Tratamento de Saúde, no período de 26 a 29 de junho. A
Mesa declara empossada a Verª Maria Luiza, em função da impossibilidade de o
Suplente Nilo Santos assumir a Vereança.
Srs.
Vereadores, com muita satisfação e honra, hoje temos o comparecimento da
Diretora-Geral do Escritório Municipal de Turismo de Porto Alegre, a nossa
também muito prezada e querida Ângela Baldino, que discorrerá sobre as
políticas de turismo para Porto Alegre e
sobre o Fórum Mundial de Turismo.
A SRA. ÂNGELA BALDINO: Exmo
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Humberto Goulart, ao
cumprimentá-lo, eu gostaria de cumprimentar todos os Vereadores que aqui nos
prestigiam.
Eu não poderia deixar de destacar a participação
também do trade turístico que está aqui nos apoiando
como sempre (Palmas). E eu quero citar o nome do Sr. Daniel Antoniolli,
Presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares; o Sr.
Ricardo Ritter, Presidente do Convention
& Visitors Bureau; a Srª
Lourdes Fellini, nossa Presidente do
Comude; o Sr. Justo, da ABIH - Associação Brasileira da Indústria Hoteleira -;
a Srª Sueli, Presidente dos Sindicato dos Guias; e o Sr. Roberto Jaeger,
representante do Sindilojas. E eu também gostaria de destacar o nosso parceiro,
também, que é o Jacobasco,
representando aqui o nosso Conselho da OP. Muito obrigada pela presença
de vocês.
Como eu tenho trinta minutos, já vou iniciar a
apresentação. Vamos, primeiro, fazer uma apresentação sobre o Fórum Mundial do
Turismo. (Inicia a apresentação de datashow.)
O Fórum Nacional de Turismo veio graças à mobilização de todas as
entidades empresariais, mas eu gostaria de destacar a Moção que foi apresentada
pelos Vereadores João Carlos Nedel e Adeli Sell, que, sem dúvida alguma, foi
muito importante para que pudéssemos trazer o Fórum Mundial de Turismo, que se
realizará de 29 de novembro a 02 de dezembro.
Mas esse é um evento que nós já estamos trabalhando desde janeiro
deste ano; a bem da verdade, desde novembro do ano passado; sendo mais
verdadeira, desde que soubemos que iríamos sediar o Fórum.
O
Fórum é um evento mundial que se iniciou por meio de uma proposta do Instituto
de Hospitalidade, que é uma OSCIP ligada ao turismo, onde é feito um trabalho
de treinamento. Em 2003, ele foi lançado no Palácio do Planalto, com a
participação do Ministro Walfrido dos Mares Guia, que tornou esse Fórum uma
política de estado para o turismo brasileiro.
Este é o trabalho que temos desenvolvido, desde
janeiro, que é a mobilização de Porto Alegre e Rio Grande do Sul, tendo em
vista o Evento. E nós, trabalhando o turismo, sabemos que ele não é feito
somente por uma cidade; o turismo de Porto Alegre não termina no Município de
Viamão e, também, no Município de Gravataí; nós trabalhamos com regiões.
Portanto nós abrimos o Fórum para a participação de todo o Estado.
Como nosso parceiro executivo, o Instituto de
Hospitalidade tem o apoio da Organização Mundial de Turismo, por meio do PNUD e
do PNUMA, da UNESCO e também da UNICEF, a partir deste ano.
O Fórum aconteceu em 2004, em Salvador; em 2005,
no Rio do Janeiro, e nós disputamos com seis cidades. Porto Alegre conseguiu
trazer disputando com Belo Horizonte, com Brasília, com Manaus, com São Paulo,
com Curitiba.
Estes já são os nossos parceiros patrocinadores:
Braskem, Gerdau, Odebrecht, Petrobras, Sebrae e Telemar.
Estes são os nossos parceiros institucionais,
que são grandes entidades mundiais que trabalham na questão do desenvolvimento
sustentável; e o trade turístico, que é o nosso patrono. Aqui estão todas as entidades que envolvem o trade. (Mostra as entidades.)
Esses são os cinco eixos temáticos - e os
senhores, devem ter recebido, aqui, um material onde constam os cinco eixos
temáticos que o Fórum perpassa:
1 - Condições para a paz. Nada mais criativo
para a paz do que o turismo, porque, ao viajar para um outro local, as pessoas
convivem com outras culturas, convivem com outros valores, muitas vezes, e isso
cria uma tolerância em relação ao próximo; então, o turismo tem essa
característica forte.
2 - O desenvolvimento social, porque é o turismo
que valoriza os locais - é construído em cima dos locais um cluster de desenvolvimento econômico,
que permite o desenvolvimento do turismo.
3 - A diversidade cultural;
4 - A preservação da biodiversidade;
5 - O desenvolvimento econômico, porque o
turismo é uma atividade econômica por excelência.
Como ele é feito? Ele é feito através dos
projetos demonstrativos a cada ano, através da Rede de Redes. Já se está
fazendo, através do site, a inscrição
dos casos. Os casos que são discutidos nesse encontro não são projetos apenas;
são projetos que já têm resultados concretos.
A Rede de Redes, que é o sistema que se mantém,
via Internet, de discussão durante todo o ano; e os projetos demonstrativos,
que são feitos nos encontros anuais.
Nós temos também, que é um outro trabalho que o
Instituto de Hospitalidade desenvolve, o Movimento Brasil de Turismo e Cultura.
E nós vamos fazer também uma demonstração disso. São 12 projetos desenvolvidos
no Brasil, sendo que um aqui no Rio Grande do Sul, em Santa Teresa, que é na
Serra Gaúcha - sobre o qual teremos uma apresentação.
Estes são os 12 projetos: ali está Santa Teresa;
Bonito; Cidade de Goiás; São Luiz do Maranhão; o Pelourinho, no Centro
Histórico de Salvador; Olinda; Penedo, em Alagoas, que, aliás, tem se destacado
fortemente, junto com a cidade de Bonito, na questão do Turismo Ecológico.
Então, essa é a rede de redes, identificação de
práticas e projetos demonstrativos. Nós temos um Conselho Científico que faz
essa seleção dos projetos apresentados.
Outros itens: os encontros presenciais e a
conexão com iniciativas e correlatos.
Depois há as ferramentas
das redes, uma delas são os portais de informação, que, depois, nós vamos
indicar o site.
Sobre os conceitos básicos, este ano, nós
pedimos que houvesse um foco, exatamente para que nós pudéssemos tornar Porto
Alegre a cidade-sede, porque, no ano que vem, o Fórum Mundial do Turismo ou vai
para a Malásia, ou vai para a China, ou vai para Portugal, ou vai para a
Espanha, ou vai para a África do Sul; são cinco países que estão pleiteando a
ida do Fórum. E nós queremos tornar - acho que esse é um dos legados para Porto
Alegre - a Cidade o local permanente de discussão dos temas do Fórum. Este ano,
no Destination 2006, o nosso foco serão empresas,
governos e organizações sociais, mudando destinos de pessoas, comunidades,
enfim.
Aqui se mostram os conceitos básicos colocados,
como é que isso se desenvolve, tendo, principalmente, o jovem como tema, agente
e beneficiário. Nós vamos fazer as reuniões oficiais; há uma agenda
institucional. Para vocês terem uma idéia, o grande ápice é que, pela primeira
vez, vai se reunir fora de Madri o Conselho Empresarial afiliado à OMT; são
empresários, são pessoas ligadas ao desenvolvimento de destinos e também na
área de educação para o turismo, que, pela primeira vez, vão se reunir fora da
sua sede em Madri, que é a sede da OMT. Cerca de 350 pessoas vão fazer as
reuniões do ano de 2006, e daqui saem deliberações para o mundo inteiro sob o
foco do turismo. Além deles, nós vamos ter os Ministros de Turismo da América
Latina, os Ministros de Turismo de língua portuguesa; nós vamos ter, também, a
reunião do Conselho Nacional do Turismo, que é formado por todas as entidades
empresariais do Brasil, ou seja, Porto Alegre vai se tornar a sede do turismo
mundial.
Nós temos um trabalho, como eu falei antes, que
apresentará casos concretos com as melhores práticas. Temos a agenda técnica
que está sendo desenvolvida com os temas que, mais adiante, nós vamos ver onde
avançamos.
Artes, manifestações culturais e exposições nós
também vamos mostrar aqui; vamos fazer uma grande parada temática do turismo.
Nós também estamos fazendo o chamamento para o
voluntariado, que já é uma prática dos fóruns desenvolvidos em Porto Alegre; e
temos, principalmente, a integração com a Cidade. Por esse motivo nós estamos
aqui hoje, também, para que vocês possam se apropriar desse conteúdo, se
apropriar desse tema e levar essa informação às suas comunidades, para que
participem.
Nós tivemos já o Destination 2004, em
Salvador, e, em 2005, no Rio de Janeiro; foram 57 países; 6.350 participantes;
tivemos 347 palestrantes, 142 casos concretos, 330 jornalistas e 243
voluntários. Aqui, o de Porto Alegre, será maior, porque ele trará, também,
essa síntese. Como é o último no País, nós vamos trazer essa síntese para dentro
do Fórum de Porto Alegre. Sairá, então, uma manifestação de Porto Alegre sobre
o Fórum.
Aqui mostra um processo de planejamento
estratégico; a causa é desenvolver o turismo, promovendo condições para a paz,
desenvolvimento social, diversidade cultural, biodiversidades e desenvolvimento
econômico através das redes de rede, projetos demonstrativos e encontros
anuais. Deixaremos, então, uma consciência social e mobilização, novos
referenciais de políticas públicas e privadas do desenvolvimento e da prática do
turismo.
Essa logomarca, é importante que se diga - vocês
estão recebendo aí, junto, nesse envelope que nós estamos entregando a vocês, o
nosso pin - é a mão, que representa duas pessoas caminhando junto, e o
globo mostrando o mundo, porque o turismo é a atividade econômica que mais
cresce no Brasil, a números de 20% ao ano; e, mundialmente falando, em 2005,
houve um acréscimo de 5,5%. Para vocês terem uma idéia, 800 milhões de pessoas
fizeram turismo no mundo no ano passado. Se nós considerarmos a população mundial, esse é um dado bastante expressivo.
O Destination
2006, que é o 3º Encontro Anual, para ele, a nossa estimativa é de 5 mil
pessoas. Nós estamos aqui desenvolvendo ainda a agenda técnica, trazendo ícones
mundiais; o jovem, fortemente, como tema e beneficiário.
E o último evento
será a Transição Brasil - mundo, o legado do Brasil sobre o tema, enfim, para
que esse evento, a partir daqui - esse evento que já é mundial -, saia para um
outro país.
Bom, isso eu já havia
colocado a vocês, que é a mobilização da Cidade, Governo Estadual, Municipal;
as ONGs que já estão sendo trabalhadas; o trade, as universidades,
faculdades, a iniciativa privada. Nós criamos um comitê empresarial que está
sendo liderado pelo Dr. Jorge Gerdau, onde nós temos também uma necessidade de
captação. Esse evento vai custar em torno de 9 milhões e 400 mil reais, sendo
que eu diria que, será captado 12% aqui no Estado; o resto virá de verba do
Ministério e de empresas nacionais que aportam recursos como as entidades de trade.
O evento será na CEPUC; haverá uma solenidade de
abertura no Salão de Atos. Nós vamos fazer, no dia 2, no fechamento do Fórum,
uma caminhada do Turismo Sustentável e Infância e Show pela Causa, um evento de
mobilização da Cidade.
E nós estamos
chamando várias entidades, fazendo provocações, para que, durante esse período,
as pessoas possam, na sua programação, fazer parte do evento.
Eu, daqui, estou
vendo a Maria Bastos, que é do Santander Cultural. Por exemplo, nós chamamos a
Liliane Magalhães, já fizemos uma provocação, para que ela fizesse no Santander
algo envolvendo o turismo ou os temas que nós estamos propondo dentro do Fórum,
para que a Cidade possa se sentir completamente vestida do tema, completamente
integrada ao Fórum, fazendo parte desse evento.
A Agenda dos Jovens
também está na programação, com oficinas, com o trabalho de voluntariado, e nós já
estamos trabalhando dentro das universidades, principalmente dentro da PUC,
essa visão, envolvendo não apenas as pessoas que estudam Turismo, mas Administração,
Comunicação, porque o turismo faz um corte transversal em 51 setores.
Outro dia, eu estava vendo uma pesquisa da FIPE,
que mostrava, por exemplo, que uma pesquisa feita pelo Ministério do Turismo,
pela Fundação Getúlio Vargas e Sebrae mostrava que 26.000 meios de hospedagem
tinham, só em televisores, cerca de 650 mil televisores, e que, a cada seis
anos, esse equipamento é todo trocado. Só o Grupo Accor, por exemplo, a cada
dois anos, faz uma troca de um milhão e 700 mil jogos de toalha e de lençol;
quer dizer, nós também perpassamos pela indústria.
Nós vamos também inovar com a Sessão de
Pôsteres, porque o que vem acontecendo? Nós temos recebido um número muito
grande de pessoas querendo fazer apresentações. Nem todas essas apresentações
poderão ser feitas nos Plenários. Então, nós estamos criando uma exposição de
pôsteres, onde as pessoas estarão com o pôster fazendo uma apresentação. Na
oportunidade, as pessoas, ao visitarem, ao tomarem conhecimento e terem
interesse, vão poder fazer perguntas nessa apresentação da Sessão dos Pôsteres.
Nós vamos ainda fazer a Rodada de Negócios,
aproveitando o Comitê afiliado da OMT, que estará presente, para que a gente
possa criar a oportunidade de troca de idéias e troca de visões também.
(Pausa.)
Aqui são algumas coisas que já estão agendadas: o Movimento
Brasil de Turismo e Cultura; o Curso de Gestão de Destinos Turísticos; o Curso
de Certificação e Norma do Selo de Qualidade da Unesco; o Seminário
Ibero-Americano de Turismo e Artesanato; o Seminário Programa LEADER nos Países
Europeus - esse é um projeto do LEADER - Ligações entre Ações de Economia Rural
-, que nós estamos vendo com muita atenção, tendo em vista, inclusive, uma
vocação do Rio Grande do Sul e uma vocação de Porto Alegre, que é o Turismo Rural.
(Pausa.)
Aí são as Reuniões de Governança do Ministério
de Turismo das Américas; a 5ª Força-Tarefa do Protocolo de Marrakesh, que é
sobre consumo sustentável em turismo; a Reunião da Câmara Empresarial do
Turismo.
Nós, por exemplo, vamos também convidar todos os
Secretários Municipais de Turismo, para que a gente possa fazer uma agenda,
tendo em vista as verbas, tendo em vista os projetos, tendo em vista a
integração por regiões.
Bom, aqui temos a Caminhada, e aqui o Rio Grande
Sabor, que iria ser Porto Alegre Sabor, mas nós entendemos que, tendo em vista
o evento, tínhamos de abrir para o Governo do Estado, abrir para o Estado do
Rio Grande do Sul, porque nós não podemos perder a oportunidade de vender as
Regiões das Missões, da Serra, o nosso vinho, a nossa cultura, a nossa
gastronomia. E eu diria para vocês o seguinte: Porto Alegre é uma Cidade que
tem uma infra-estrutura muito competente não só pelo seu trade, não só
pelos seus empreendedores, não apenas pelas suas instituições, mas por termos
os equipamentos, que são importantes, principalmente no Turismo de Negócios.
Este é o nosso site - www.desti-nations.net - e eu,
oportunamente, depois da próxima apresentação, vou mostrar a vocês a aplicação
da marca do Fórum.
Eu falei a vocês sobre a aplicação da mão -
vocês estão recebendo o pin. Como em Salvador eram duas mãos se
abraçando com a fita do Senhor do Bom Fim, no Rio de Janeiro era a mão do
Cristo Redentor, que é, sem dúvida alguma, um símbolo que vem do Estado do Rio
de Janeiro; e nós, então - me desculpem, é que eu recebi isso agora, não pude
colocar na apresentação -, vamos vender o Estado do Rio Grande do Sul. (Mostra
cartaz.) Esse é o nosso gesto mais hospitaleiro, em que nós entregamos a cuia
do chimarrão. Isso será mostrado no mundo inteiro, mostrando a marca do Destinations
2006. É uma mão adulta passando para uma mão jovem, porque o jovem é, sem
dúvida, o foco desse trabalho.
Vamos agora, então, rapidamente, passar às
atividades desenvolvidas no nosso Escritório Municipal de Turismo. Nós
trabalhamos o ano passado, assumimos em abril, mas já fizemos um planejamento
estratégico, porque esta que lhes fala não sabe trabalhar se não tiver
objetivos e metas bastante bem definidos. Então, nós fizemos um trabalho que
resumimos em cinco Programas, e um dos Programas é o Fortalecimento do
Escritório de Turismo, e os senhores e
as senhoras sabem das dificuldades que nós temos enfrentado pelo problema de
estrutura. Mas eu vou colocar aqui algumas das ações; vou apresentar o
planejamento, porque, afinal de contas, o planejamento estratégico é algo que
também não é estático; ele é dinâmico,
ele muda, e nós também mudamos, porque também vamos conhecendo as nossas
realidades.
O Programa de Consolidação, Desenvolvimento e
Qualificação da Oferta Turística é um dos projetos. Nós desenvolvemos um
trabalho com os Caminhos Rurais, que foi desenvolvido com a parceria da Emater
e com apoio do Senar - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. A Emater
identificou os empreendedores, e o Senar nos ajuda na qualificação. A Emater
inclusive nos deu o apoio que precisávamos para fazer a divulgação, fazendo o
nosso mapa turístico da Zona Rural de Porto Alegre. Eu fico muito contente de
ter tido a parceria da Emater, que nos permitiu desenvolver a nossa folhetaria.
Nós fizemos um trabalho com o Famtur,
mostrando à imprensa, para descortinar essa área rural de Porto Alegre, porque,
afinal de contras, 30% da geografia da Cidade está ali, é uma área muito
aprazível, e lá nós encontramos várias atividades - pescaria, equitação e
outras. Há várias atividades de ecoturismo; a Cidade tem potencialidade para o
ecoturismo; nós temos morros que ainda estão aptos a desenvolver esse tipo de
atividade.
Esse foi o nosso roteiro. Levamos à imprensa, às
agências; tem sido um sucesso. Sábado, encontrei um dos empreendedores na nossa
festa junina, e ele estava muito satisfeito, dizendo que as operadoras têm
levado principalmente as escolas. É uma potencialidade da Cidade que tem dado
resultado.
Nós estamos fazendo agora um trabalho, ao vir o
Projeto LEADER, porque é a nossa
intenção, junto com o PGQP, criar um processo de certificação, um processo de
crescimento sustentável, um planejamento estratégico. Eles criaram agora a sua
associação, e nós, inclusive, participamos mais como consultores, porque
desenvolvemos o trabalho a várias mãos e entendemos que, como é da iniciativa
privada, eles têm de tocar por eles mesmos.
Quanto ao Linha Turismo, que nós conseguimos,
fizemos uma gestão forte, dividimos com a CARRIS a manutenção, quer dizer, a
manutenção é feita pela CARRIS, mas a gestão técnica é nossa, e eu diria a
vocês que o ônibus tinha vários problemas, quebrava a todo o momento, e agora,
graças à boa manutenção que a CARRIS vem fazendo, o ônibus tem sido um sucesso,
a tal ponto que temos pensado, inclusive, em ampliar, puxando a Linha para a
Zona Sul, assim como pensamos na possibilidade de adquirir, talvez, não um double-decker, mas, enfim, um outro veículo, para
que a gente possa fazer, principalmente, o passeio Caminhos Rurais, que exige
um outro tipo de veículo.
Aqui são as nossas promoções. Nós atendemos
cerca de 27 mil pessoas até a primeira quinzena; lá no Escritório nós medimos
tudo. E, no ano passado, foram 45.849 pessoas, sendo que, com algumas delas,
nós fizemos um trabalho; há uma cota social que achamos ser importante que se invista principalmente com jovens, porque é para eles que nós temos que
mostrar a importância do turismo, para que essa geração cresça com uma visão
diferente do turismo, uma visão de turismo como desenvolvimento econômico, como
possibilidade de geração de renda e de postos de trabalho para a Cidade.
O Turismo Náutico é um programa que estamos
desenvolvendo junto à orla, na Usina do Gasômetro, junto com a Superintendência
de Portos e Hidrovias. Nós fizemos aqui um desassoreamento daquela área,
conseguimos tirar o barco amarelo que tinha deixado um “filhote” lá; nós também
vamos organizar aquilo. Agora temos a tremonha; vamos fazer ali uma licitação
para colocar uma bilhetagem. Nós estamos também conversando com a EPTC,
solicitando uma legislação, para que haja regras claras na utilização do
turismo náutico; que tenha, por conseqüência, fiscalização; que tenha, por
conseqüência, segurança; que a Usina do Gasômetro, que é uma área tão bonita,
se converta num símbolo de Porto Alegre, e que aquela área esteja de acordo com
aquilo que a Cidade merece.
Eu agradeço também ao Sebrae, que vem
desenvolvendo a parte do planejamento estratégico junto aos barqueiros, que
estão fazendo ali também a parte de treinamento. Fizemos também um mutirão de
limpeza na orla do rio Gravataí, ali na foz, que, aliás, é um lixo a céu
aberto; tirou-se muita sujeira dali, mas deve ser feito um trabalho constante,
para que não venha aquela quantidade de lixo, porque, sem dúvida alguma, quem
anda de barco no Guaíba sabe o quanto fica feio, o quanto isso nos prejudica.
Nós já estamos desenvolvendo esse projeto de
urbanização ali na Usina do Gasômetro; já desenvolvemos isso em parceria com a
SMOV e também junto com a SMAM, e nós conseguimos uma Emenda Parlamentar
Individual, com o valor que nós vamos poder investir nessa urbanização da Usina
do Gasômetro.
Quanto à Marina Pública, nós estamos ainda na
fase de projeto e captação de recursos; já conseguimos o terreno, é na foz do
Arroio Dilúvio, à direita. Esse é um projeto que nós já encontramos, que já
estava ali, são diretrizes que já estão sendo discutidas há dez anos pela
Prefeitura. O que nós estamos fazendo é realizando, enfim, dentro das nossas
possibilidades, a regulamentação dos serviços turísticos náuticos, que é a fase
que nós estamos, a de implementação.
Aqui nós queremos falar um pouco no programa de
Turismo de Negócio, o que nós entendemos ser a grande vocação de Porto Alegre,
e dizer que, graças à nossa parceria com o trade, principalmente com a Convention
& Visitors Bureau, Porto Alegre vai sediar 73 eventos: 11
internacionais, 33 nacionais e 29 regionais. Agora, estava para divulgar o
fórum da IMEX, em Frankfurt, e o
Presidente da Embratur nos cumprimentou pelo aumento da participação de Porto Alegre na área de Turismo de Negócios.
Referente ao Turismo Saúde, que é uma vocação
importantíssima da Cidade, nós temos um complexo hospitalar maravilhoso; temos
a possibilidade de desenvolver isso, já estamos fazendo esse levantamento. Para
vocês terem uma idéia, na Tailândia, que é um paraíso turístico - já nem tanto,
não é? -, o desenvolvimento do Turismo Saúde tem um considerável valor na área
econômica do Governo.
Outro programa é Qualificação dos Recursos
Humanos, principalmente visando ao Fórum. Nós buscamos o Projeto Brasil, Meu
Negócio é Turismo, junto com o Ministério do Turismo e com a Fundação Roberto
Marinho, e conseguimos capacitar 300 pessoas, inclusive do Mercado Público,
para que pudessem enxergar o turismo como uma atividade econômica.
Quanto ao Projeto Turismo e Responsabilidade
Social, que é do IH - Instituto de
Hospitalidade -, nós já temos a empresa licitada que ganhou os recursos
para fazer esse desenvolvimento; são 120 jovens, e nós vamos, dentro da Rede de
Educação Municipal, buscar esses jovens para que façam esse Curso de
Qualificação de Cidadania, abrangendo uma série de ações; inclusive um escopo é
o turismo.
Quanto à Sinalização Turística, nós fizemos uma
movimentação forte. Aliás, eu gostaria de contar com o apoio de todos os
senhores, votando no Turismo, no Comude, no dia 28. Nós conseguimos um valor
que já destinamos para fazer um pórtico de
boas-vindas à cidade de Porto Alegre.
Nós conseguimos uma verba, através de Emenda
parlamentar, em torno de 330 mil reais, para que pudéssemos fazer a sinalização
turística da Cidade.
Bom, com relação ao Serviço de Atenção ao
Turista - e aqui eu digo que essa é a nossa hora da verdade; é quando nós
estamos frente a frente com o nosso cliente, que é o turista -, nós o
ampliamos. Uma coisa que me incomodava muito era que dissessem que Porto Alegre
não era uma cidade turística. Então, nós entendemos que tínhamos que fazer,
antes de qualquer coisa, um endomarketing, ou seja, mostrar aos porto-alegrenses
o quão é bonita e o quão de turismo tem esta Cidade. Então, nós ampliamos o
atendimento; atendemos 109 mil pessoas, no ano passado; distribuímos 92
materiais de divulgação, principalmente da área privada, e fizemos essa
distribuição como uma forma de dar informação ao turista - 60% é
porto-alegrense. Mas fiquei muito contente, outro dia, com a Regina, daquele
Programa Teledomingo, que fez uma
enquete em que ninguém respondeu que as pessoas percebiam que Porto Alegre não
era uma cidade turística. Então, isso, para nós, já foi um avanço
importante.
Aqui estão os eventos apoiados em 2006 - o
Serviço de Atenção ao Turista faz essa divulgação: a Festa da Uva e da Ameixa;
o Congresso Mundial das Igrejas, onde, inclusive, montamos um espaço para dar informações;
a 2.ª Conferência Internacional de Reforma Agrária; URBAL; a Semana de Porto
Alegre e o Projeto Brasil, Meu Negócio é Turismo.
Aqui vemos outro Programa de Gestão das Relações
Institucionais. Nós estamos trabalhando fortemente no sentido de alargar o
turismo, que as pessoas possam perceber - pessoas não apenas da área
governamental, mas da área privada - e entender que esses 52 setores estão
reconhecidos no turismo; portanto eles precisam, também, reconhecer isso e
trabalhar em conjunto. E nós temos expandido muito e trazido várias entidades,
várias instituições que antes não enxergavam o turismo como uma parceria e que
hoje estão junto conosco, principalmente no Fórum Mundial de Turismo.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Diretora, eu
vou lhe dar mais 5 minutos, e, depois, teremos de encerrar.
A SRA. ÂNGELA BALDINO: Perfeito. Vamos
passar, então.
Aqui estão algumas das atividades do Fórum que
nós estamos desenvolvendo, e, fora do Fórum, aqui são algumas das provocações
que nós estamos fazendo junto ao Convention & Visitors Bureau para
captação do Fórum das Culturas, de 2011, com a realização de palestras que
estamos desenvolvendo.
Esses são os nossos cinco
grupos de trabalho da Prefeitura - GT Orla, Viva o Centro, Anti-Racismo,
Caminho dos Antiquários e Projeto Belvedere Morro Santa Teresa -, e
principalmente um trabalho que nós estamos desenvolvendo, que é o Caminhos do
Povo Negro. Porto Alegre foi construída pela mão-de-obra escrava, e nós
precisamos reconhecer e valorizar isso; esse é um compromisso, eu diria, até
muito pessoal com esse grupo.
Consulta Popular/Comude: aqui nós entramos no OP
de forma efetiva, já estamos desenvolvendo esse trabalho; mas o turismo ficou em terceiro lugar
nas prioridades.
A nossa campanha será no dia 28 de junho: vote
63 para Divulgação Turística; vote 64 para Qualificação de Recursos Humanos
para o Turismo; vote 65 para Sinalização Turística. No dia 28, nós vamos ter,
inclusive, lá no nosso Escritório, uma urna.
O Fórum Regional de Turismo, do qual nós
participamos, é um Projeto junto com a região turística.
A seguir, o trabalho do Mercocidades, em que nós
estamos trabalhando fortemente. Inclusive pediram que Porto Alegre organizasse
o IV Prêmio de Turismo das Mercocidades, que são cidades que participam do
Mercosul.
Aqui estão os eventos que nós apoiamos, que são
84: foram 43, em 2006, e 41, em 2005; enfim, são vários eventos.
Nós fizemos cinco edições dos Diálogos da
Cidade, que é uma forma de prestarmos contas do trabalho que vimos
desenvolvendo. E há os programas Semana do Turismo, Via do Vinho, Semana de
Porto Alegre.
Quanto à participação de eventos, participamos
do Salão de Turismo. Graças ao Fórum Mundial do Turismo, Porto Alegre estava
destacada, era a única Capital com um estande de 60 metros quadrados. Aqui estão os materiais promocionais que
nós estamos desenvolvendo e os nossos destaques na imprensa.
Preparação da Cidade: nós fechamos um acordo com
a Coodestur para fazer a qualificação de recursos dos taxistas, Brigada
Militar, Guarda Municipal, entre outros. Sinalização Turística: um plano de
trabalho está tramitando no Ministério de Turismo, e nós, em parceria com o
Governo do Estado, vamos mobilizar as nove regiões turísticas do Estado. Aqui
foi já a nossa participação não só da Secretaria, mas do Secretário Estadual,
do Ministério de Turismo e vários eventos internacionais.
As próximas, vamos apresentar em Santa Maria e
em Pelotas. Aqui são os nossos recursos captados.
Emenda Parlamentar
Individual:
eu até gostaria de destacar a Bancada do Rio Grande do Sul, que conseguiu os
330 mil para a sinalização. O nosso Orçamento é de 285 mil e 125 reais.
A consulta popular do Comude: nós conseguimos
362 mil e 700 reais; foram liberados agora 61 mil.
Para o Projeto Brasil, Meu Negócio é Turismo, em
parceria com o Ministério, captamos 52 mil. A Emater, 20 mil reais; o Senar, 3
mil reais; o Ministério, através do Coodestur, 120 mil; o Projeto de Turismo e
Responsabilidade Social, 115 mil; as Lojas Colombo permitiu-nos a
“customização” da nossa fachada.
E eu queria, aqui, fazer um destaque muito
especial: para encerrar, quero agradecer o Daniel Antoniolli e toda a sua Diretoria, que vão
desenvolver o planejamento estratégico que Porto Alegre precisa; vai ser um
aporte do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, e nós vamos
fazer esse trabalho em conjunto para desenvolver a vocação de forma científica,
de forma técnica, do planejamento do turismo em Porto Alegre. Antes do Fórum,
nós teremos esse trabalho pronto, inclusive visando ao Fórum, e eu gostaria de
agradecer muito, Daniel, Ricardo, por esse aporte que vocês estão fazendo,
porque isso vai ser um marco importante para a cidade de Porto Alegre. Bom,
esta é a nossa nova fachada, é feita pelos grafiteiros de Porto Alegre, e eu
gostaria, então, de agradecer, Presidente, por esta oportunidade e dizer que me
sinto muito honrada de estar aqui como cidadã e como Secretária. Muito
obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Adeli Sell está com a palavra.
O SR. ADELI
SELL:
Sr. Presidente; Srs. Vereadores; Sras Vereadoras; cara Ângela, serei
breve. Antes de tudo, quero agradecer por esta possibilidade - eu já havia
feito um pedido, inclusive, no primeiro semestre, bem no início, e, agora, vejo
que isso é importante, porque estamos com as coisas bem engatilhadas acerca do
Fórum.
Também gostaria de fazer uma saudação especial a
todo o trade turístico que está aqui, hoje, pela
ousadia, Ângela, com que a iniciativa privada tem trabalhado a questão do
turismo. Espero que todos os setores econômicos da Cidade tenham a mesma
ousadia que tem o setor de Turismo.
Eu só queria saber quais são as tarefas que
cabem a nós, os Legisladores, pois, além de legislarmos, somos, sem dúvida
nenhuma, aqueles que têm contato com a população, e, sendo assim, é necessário
que saibamos o que poderemos fazer no sentido de trabalhar pelo sucesso desse
evento, em especial, e pelas outras questões do turismo, principalmente as
questões que são, muitas vezes, esquecidas por nós, como a orla.
Vejo, agora, algumas questões do Turismo Náutico, e isso me anima
tremendamente, e verificamos que alguns projetos precisam ser mais
desenvolvidos, como é o caso do Saúde Porto Alegre. Parece-me que, talvez, esse
seja um tema que, em um futuro próximo, possamos trabalhar mais e melhor,
porque nós podemos incidir diretamente sobre esse tema, como Vereadores da
Cidade.
Espero que V. Sa. nos passe, permanentemente, as
tarefas que temos para realizar e que possamos não apenas auxiliar na
divulgação, mas também trabalhar para o sucesso do turismo em Porto Alegre.
Espero que, na próxima vez que V.Sa. vier aqui,
já esteja completamente resolvido o problema, no sentido de que “Porto Alegre é
uma cidade turística”. Porto Alegre tem tudo para ser a Capital turística e cultural do Mercosul. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Ver. Adeli. O Ver. Raul Carrion está
com a palavra.
O SR. RAUL
CARRION:
Exmo Sr. Presidente desta Casa, Ver. Dr. Goulart; prezada amiga,
Secretária Ângela Baldino, com quem tivemos a oportunidade de trabalhar juntos
no III Seminário Internacional Crise do Capitalismo Globalizado na Virada do
Milênio, realizado na Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Sul;
representantes do setor turístico, hotéis, restaurantes e operadores de
turismo, também representantes de bares que aqui estão presentes, neste
momento, em primeiro lugar, quero parabenizá-la por ter conseguido trazer para
Porto Alegre o Fórum Mundial de Turismo, que é um encontro anual e se realizará
na PUC, no final deste ano, retomando uma trajetória que esta Cidade fez com o
Fórum Social Mundial, que fez com que Porto Alegre se situasse como uma cidade
ímpar no mundo e, inclusive, como a Capital da participação popular. Alguns,
naquele momento, não perceberam a importância, Verª Margarete Moraes, do Fórum
Social Mundial. Espero que, agora - e esse evento vai nesse mesmo rumo -
possamos todos compreender que, às vezes, investimentos são necessários para
colher, depois, os frutos, como estamos vendo hoje o exemplo desse encontro
que, certamente, tem tudo a ver com a trajetória de Porto Alegre.
Não é preciso dizer que a chamada “indústria do
turismo” - claro que é uma forma um pouco forçada - tem, no mundo, hoje, - e
talvez esse seja o setor que mais cresce -, uma grande capacidade de absorção
de mão-de-obra. O potencial do Brasil, nesse campo, é enorme; somos um Brasil
continental, com uma diversidade econômica, com uma diversidade cultural, com
uma diversidade racial enorme. O Brasil é um País que tem sido capaz de
conviver com todas as culturas, mas que, nesses 500 anos, formou uma
personalidade própria, uma fisionomia própria, uma idiossincrasia própria,
tolerante, aberta, alegre, receptiva. E
esse potencial, sem falar na natureza desse País, que também é de grande
diversidade, é um potencial minimamente aproveitado ainda hoje; e eu
creio que, nesses últimos anos, não só o atual Governo, mas o atual Governo
Federal tem feito um grande investimento no sentido de potencializar. E temos
tido retornos importantes; parece-me que tem crescido muito a vinda de turistas
ao Brasil. Mas, se nós compararmos o potencial que tem a Espanha ou que tem a
França, com o que já realiza nesse potencial, e o potencial que tem o Brasil e
o pouco que já é viabilizado, nós podemos perceber o quanto ainda há por
crescer.
Eu
queria concordar com a Ângela Baldino no sentido de que o turismo é um grande
instrumento de paz e de integração dos povos, é, talvez, até uma lição para
todos aqueles que têm a possibilidade de viajar, de nós compreendermos a
diferença e a importância da diferença da diversidade não como algo que nos
ameace, mas como algo que nos complementa, que nos enriquece. Há quem tem essa
possibilidade - ainda não são tantos no Brasil - de visitar outras nações,
outros países, outros povos, conviver com outras culturas, outras maneiras de
ser, outras idiossincrasias, outras culinárias, outros artesanatos, com toda
essa riqueza; isso constrói um futuro de paz para o nosso mundo.
Eu quero dizer - creio que isso é muito
importante e imagino que a Diretora tenha essa compreensão - que nós, nesse
encontro, poderíamos nos direcionar também ao nosso Mercosul, à nossa
comunidade sul-americana e ao Continente
Latino-Americano, pela facilidade da língua, pela proximidade geográfica;
creio que esse é o primeiro universo que temos de explorar. O Brasil e esses
países, muitas vezes, viveram de costas uns para os outros; viveram para a
Europa, viveram para o hemisfério norte, viveram para outros continentes e
esqueceram dos nossos hermanos, e há um espaço enorme de crescimento
mútuo nesse terreno.
Por
fim, eu queria dizer que esta Casa, Ângela Baldino, creio que deu uma
contribuição, na semana passada, para uma visão mais estratégica de turismo ao
aprovar a Lei que dispõe sobre a colocação de obras de artes nos nossos prédios
com mais de 2.000 metros quadrados de
áreas adensáveis, que visam a embelezar a Cidade, criar todo um atrativo
cultural no nosso Estado.
Por
fim, há a necessidade de preparar a população, os fornecedores de serviços de
turismo, no sentido de uma visão estratégica em relação ao turismo, e não uma
visão imediatista do lucro fácil, do lucro imediato, porque nós temos de semear
nesse terreno do turismo para colher frutos maiores mais adiante.
Parabéns,
então, e, no que depender desta Casa e, tenho certeza, da Bancada do PCdoB,
formada por este Vereador e pela Verª Manuela, haverá todo o apoio a essas
iniciativas positivas para a nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. CARLOS COMASSETTO: Excelentíssimo
Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; prezada Ângela Baldino, que vem coordenando
esse trabalho com muita dinamicidade em Porto Alegre, e todos os operadores e
trabalhadores de turismo que aqui estão, em primeiro lugar, essa afirmação que
você traz nos auxilia para que tenhamos, cada vez mais, a compreensão de que o
tema do turismo é um tema universal assim como, hoje, o tema ambiental é, e
deve ser, um tema multipartidário, multissetorial, multieconômico, social,
cultural, racial. Portanto, nesse sentido, o Partido dos Trabalhadores,
neste mandato, tem toda a disposição de continuar dando apoio para Porto
Alegre.
A segunda questão que queríamos tratar aqui, uma
questão específica de Porto Alegre, é o potencial que ainda temos a explorar na
Zona Sul: a parte ambiental, rural e a orla.
Eu queria registrar que, devido à Emenda que
aqui aprovamos, das marinas e/ou trapiches em Belém Novo e Ipanema, estamos
trabalhando, em conjunto com o Escritório, para elaborar e dinamizar essa
proposta.
Nesse sentido, Sr. Presidente, eu queria fazer
uma proposição a esta Casa, aproveitando a vinda do Ministro do Turismo para o
Fórum Mundial de Turismo: convidá-lo para um Comparecimento, no sentido de
estreitar e fortalecer relações para, inclusive, informar todos os programas
que o Governo Federal está apresentando para o Brasil e para as cidades. É uma
sugestão a esta Casa no sentido de aproveitar a sua vinda.
O último ponto é no sentido de que pudéssemos
trabalhar, aqui, coletivamente para que o próximo Orçamento do Município, que
virá em setembro para esta Casa, ofereça ao tema Turismo uma relação um pouco
diferente daquilo que está aprovado neste ano. Por exemplo, nós temos aprovado
em torno de 180 mil reais. Frente a 1 bilhão e 157 mil reais do Orçamento que
aprovamos, isso é menos de 1%. Eu
creio que nós temos de fazer uma discussão, para que o Orçamento relacionado a
essa temática do desenvolvimento local e universal seja um pouco diferente.
(Palmas.) Portanto, trago essa questão a todos os colegas, para que a gente
possa debater isso com antecedência e trabalhar junto com o Executivo a Peça
Orçamentária, e não apenas, quando ela chega aqui, apresentarmos emendas,
ficando aquela disputa entre Partidos e mandatos, isto é, no sentido de
conseguirmos trabalhar de uma maneira mais universal o tema do turismo. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Ervino
Besson está com a palavra.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro
Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras; senhoras e senhores que nos acompanham pelo Canal 16 da
TVCâmara; também os que nos acompanham nas galerias; o querido amigo Dr. Heitor
Borela, do Sindicato dos Hotéis e Similares e do Sindiloja; quero cumprimentar
cada um de vocês. Um cumprimento muito especial à Dra. Ângela Baldino, porque
hoje é um dia muito importante para a nossa Câmara Municipal de Porto Alegre.
Falo em nome da Bancada do meu Partido, o PDT.
Acho
que temos muito que fazer na cidade de Porto Alegre e estamos perdendo uma
economia extremamente importante na área do Turismo.
Há
dois anos, quando eu recebi um grupo de pessoas que veio do Itália, eu os
acompanhei numa filmagem na nossa Zona Sul de Porto Alegre, em Itapoã, uma
parte; a outra, em Campo Novo e Belém Novo. Em um certo momento, me dizia um
daqueles jovens, inclusive, emocionado: “Mas, aqui no Brasil, fala-se tanto em
conhecer países de Primeiro Mundo, mas vocês têm uma riqueza! Vocês nem sabem a
riqueza que vocês têm neste País!” Essas foram palavras dele. Eles foram a
Caxias, em Canela e Gramado e, principalmente, na Região Sul de Porto Alegre.
Tem razão ele; fala-se, hoje, em viajar para conhecer outros países, fazer
turismo, e será que nós conhecemos a riqueza que nós temos aqui no nosso País,
aqui no nosso Rio Grande? Acho que muitas pessoas que viajam, meu caro
Presidente, principalmente para a Europa, às vezes nem conhecem o que nós temos
aqui no nosso Rio Grande, a riqueza. Então, nós estamos perdendo esses turistas
por falta de um trabalho, por falta de comunicação, talvez, para outros
segmentos, como nós assistimos, há pouco, no relato da Dra. Ângela Baldino. São
divisas que nós perdemos.
Mas eu quero entregar à Dra. Ângela Baldino um
Projeto de Lei que eu protocolei nesta Casa, o Processo nº 0834, que dispõe sobre a implantação de mapas de
localização nas paradas de ônibus do Centro de Porto Alegre e nos pontos
turísticos da Cidade. Os turistas chegam aqui e se perdem, não sabem onde estão.
Então, esse mapeamento é extremamente importante. Eu o vejo como importante. Eu
viajo pouco, mas acho que muitos de vocês, quando viajam, chegam em outros
locais, em outros países, chegam em alguns pontos estratégicos, e o mapa está
lá, mostrando o ponto turístico, para que as pessoas possam ir lá conhecê-lo e
visitá-lo.
O Projeto estava na CEFOR; a Comissão pediu
diligências, e hoje ele se encontra na SPM - Secretaria Municipal de Planejamento Urbano. Parecer importante!
Eu acho que a Secretaria também tem de dar o seu parecer, minha cara Dra.
Ângela. E a Secretaria pediu informações e mandou uma cópia para a EPTC. Esse
Projeto não é um Projeto deste Vereador; é um Projeto para a cidade de Porto
Alegre! Vamos debatê-lo, vamos ouvir os segmentos relativos à Economia da nossa
Cidade, da nossa Porto Alegre!
Portanto eu vou passar uma cópia desse Projeto
para a Dra. Ângela, pois o parecer de vocês é importante. Vamos reabrir essa
discussão, vamos ver o parecer da SPM, vamos ver o parecer da EPTC. Eu vou mandar
uma cópia para o Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, para o
Sindilojas, para outros segmentos.
Foi bom esse debate no dia de hoje, e, a partir
de hoje, vou mandar uma cópia desse Projeto. De repente, vamos enriquecer esse
Projeto, vamos ouvir a opinião de vocês que trabalham nesse ramo, nessa área.
Tudo que vier para enriquecer e trazer benefícios para esse Projeto será bom,
pois quem vai ganhar com isso? Todos nós e o Turismo. Nós temos lugares
belíssimos aqui no nosso Estado, na nossa Porto Alegre, e eu acho que nós temos
de mostrar para as pessoas que vêm de fora as belezas que nós temos, essa
natureza que foi colocada em nossas mãos, esse grande cinturão verde,
principalmente na Zona Sul de Porto Alegre.
Para encerrar: naquele momento em que aqueles
jovens estavam filmando - filme esse que foi levado para Itália -, um deles
chorou, emocionado por ver a riqueza que nós temos próximo daqui. Praticamente
a dez, quinze minutos daqui, nós temos condições de chegar à Zona Sul de Porto Alegre
e ver aquelas riquezas, a preservação do nosso meio ambiente. Muito obrigado
pela atenção de todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente; Secretária Ângela Baldino, eu
gostaria de registrar, primeiro, a complexidade do tema que está sendo
abordado; em segundo lugar, dentro dessa complexidade, o caminho que já foi
percorrido nesse um ano e meio de administração e percorrido com todas as
dificuldades, inclusive cavoucando verba própria, o que faz parte do perfil
dinâmico, competente e operoso da nossa Secretária.
Ângela, a Zona Sul
tem um morro chamado Morro da Extrema; é da Extrema, porque ele está na
extremidade da Cidade. Dali se divisam três grandes enseadas: a de Itapuã, a do
Lami e a Praia do Cego. Pois conseguiram fazer lá, num morro que seria sede de
belvedere, de hotel cinco estrelas, num lugar magnífico, de uma beleza
descomunal, uma lixeira! É como se eu propusesse, hoje, fazer um depósito de
lixo no Parque da Redenção, uma das reservas biológicas mais lindas de Porto
Alegre.
O Morro Santa Teresa,
que é um balcão extraordinário da Cidade, e que é, indiscutivelmente, talvez, o
ponto de maior beleza luminosa, onde tinha um restaurante de primeiríssimo
mundo, foi invadido e foi “favelizado” - o Morro da Polícia -, e qualquer país do mundo gostaria de ter
aquele cenário, sabe para quê? Para vender cartões postais, porque é de uma
beleza exuberante, magnífica, e nós não temos acesso ao Morro da Polícia por duas questões: pelas invasões e pela
insegurança. O local é abandonado, absolutamente abandonado, onde deveria haver
restaurantes internacionais, hotéis e belvederes.
Da mesma forma, o Morro do Osso.
Não há nenhuma exploração desses lugares - que só se vê igual na Europa e em
alguns lugares da Itália -, que são privilegiadíssimos; nós temos belezas
naturais a serem exploradas e vistas a serem deliciadas pelos nossos turistas;
temos uma Cidade completamente sem formação turística e sem sinalização. Nós
não temos sinalização de ruas, e as sinalizações que existem estão erradas.
Nesta semana,
quarta-feira, o Paulo Autran vai assinar um livro chamado Quadrantes, no qual
coleciona monólogos, e vai vender esse livro para levantar fundos para o nosso
Theatro São Pedro, o Multipalco. Pela sua maravilhosa atitude de buscar
recursos para o nosso Multipalco, doando, inclusive, o seu cachê e o produto da
venda dos livros, eu estou pensando em dar a ele de presente um “cara” que eu
acho maravilhoso, que é daqui, que foi um dos nossos primeiros e
extraordinários exploradores desse veio fantástico que é o folclore gaúcho, que
se chama J. Simões Lopes Neto. Eu vou dar para ele de presente Obras Completas
de J. Simões Lopes Neto. E, no Obras Completas, tem uma coisa divina chamada
Casos de Romualdo.
O que eu quero falar
para vocês é que essa questão literária, essa questão geográfica, que é essa
questão de segurança da Cidade, que é essa questão viária da Cidade, está toda
ligada ao turismo, e, por isso, no início, eu falei em complexidade.
E quero, Secretária, lhe dizer que, graças a
Deus, aquele nosso sonho de fazer uma Secretaria de Turismo terminou, saiu da
minha cabeça, porque a atual Administração, ao invés de fazer Secretarias, faz
projetos; ela trabalha nos projetos e não mais na máquina emperrada e antiga
das Secretarias, e isso é muito bom.
Nós já tivemos uma Epatur, já tivemos a idéia da
Secretaria e foi transformada numa subseção da SMIC; hoje é um escritório com
uma finalidade para a qual todos nós estamos voltados. E a sua obra, com todos
os óbices, em um ano e meio, bateu o recorde mundial. Meus parabéns.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente;
Sras Vereadoras; Srs. Vereadores, eu queria saudar a presença da
Secretária Ângela Baldino, dizer que é um prazer recebê-la nesta Casa e saudar,
com muita alegria, a representação do trade turístico da nossa Cidade,
as lideranças dos setores econômicos das
cidades envolvidos com o aspecto tão dinâmico da Economia, que é exatamente a área turística.
Eu queria dizer à Secretária que foi um prazer
muito grande ouvir a sua apresentação hoje e saber dos avanços conquistados num
período tão curto de Governo.
Eu tive a oportunidade de participar do primeiro
Diálogos da Cidade - Turismo, em que a Secretaria, o Escritório de Turismo, juntamente com os operadores do turismo da
nossa Cidade, procurava a definição da sua atuação, a construção das suas
metas, o aprimoramento da sua missão e do conceito do Escritório de Turismo de
Porto Alegre.
Eu acho que, nesse período, nós podemos
comemorar os avanços do Escritório de Turismo, e eu credito esses avanços e
essas conquistas - e uma das quais orgulha a todos os porto-alegrenses, que é a
realização do Congresso Internacional de Turismo na nossa Cidade e os outros
sucessos que estão sendo construídos na sua gestão - à maneira como o
Escritório tem construído essa política, não uma política de apropriação das
coisas existentes, não de uma intervenção do Poder Público, não de uma
apropriação do patrimônio teórico sobre esse tema, mas, pelo contrário, é
exatamente fruto da compreensão do enorme aporte, do enorme conteúdo que as
entidades que trabalham com turismo têm a dar para Porto Alegre.
Nós todos sabemos que Porto Alegre é uma cidade
reconhecida nacionalmente pela capacidade das pessoas que operam os seus
serviços, pela sua beleza e pelo seu potencial em várias áreas como no Turismo
de Negócios, no Turismo de Empreendimentos, no Turismo Saúde e do potencial que
temos na área do Turismo Rural, Fluvial.
A nossa Cidade é composta de um conjunto de
etnias, quase trinta; é necessariamente uma cidade de beleza plural, de
gastronomia diversificada, de cultura múltipla. E, nesse processo de
globalização, a especificidade tem um valor enorme; nós não queremos viajar
para ver coisas iguais às que nós vemos na nossa Cidade. E eu acho que o seu
trabalho, o trabalho dos parceiros começa a mostrar essa Porto Alegre, com a
sua cultura, com as suas danças, com as suas músicas, com os seus museus, com a
sua beleza natural, com a sua área urbana, com a sua área rural, com os seus
morros, com a sua vegetação, com a sua biodiversidade.
Tudo isso é Porto Alegre. Poucos
porto-alegrenses conheciam isso, e ainda não são todos os porto-alegrenses que
têm tido o privilégio de conhecer essas multifacetas da Cidade e de conviver
com elas. Eu acho que, no momento em que nós nos descobrimos como cidade, no
momento em que nós nos tornamos parceiros do Poder Público para mostrar essa
Porto Alegre às pessoas que vêm aqui, eu acho que nós podemos contribuir também
com a construção desse trabalho, que é um trabalho solidário na defesa da
Cidade. E todos nós sabemos o significado econômico que tem o turismo em nível
mundial, mas eu acho que o significado mais importante é o significado que é um
dos eixos do nosso Congresso; digo nosso, porque já estou aqui usando o pin,
que é exatamente essa faceta do turismo, que é o da integração entre as
pessoas. E, no século XXI, quando os conflitos se originam das divergências, o
turismo mostra e se mostra como um caminho de construção da paz, da tolerância,
da integração e, conseqüentemente, de um futuro melhor.
Parabéns a todos vocês que estão construindo,
com essa esperança, com essa confiança, novos momentos para o turismo de Porto
Alegre. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Verª
Clênia.
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu gostaria de,
em nome da Bancada do Partido Progressista, do nosso Líder, Ver. João Antonio
Dib, da Verª Mônica Leal e do meu, dar as boas-vindas à Ângela Baldino, aos
componentes do trade turístico, que nos honram com a sua presença nesta
Casa. E já queria cumprimentá-la, Ângela, pelo magnífico trabalho que vem
desenvolvendo à testa do Escritório de Turismo da nossa Cidade.
A importância da parceria que V. Sª está tendo
com todo o trade, com o nosso Convention & Visitors Bureau já
está trazendo frutíferos resultados para a nossa Capital, haja vista já a
realização do Fórum Mundial de Turismo, do dia 29 de novembro a 2 de dezembro,
nesta Capital, em que também esta Casa teve participação importante.
Gostaria de lembrá-la do nosso Turismo
Religioso. Nós temos tanto patrimônio turístico religioso na nossa Capital: a
nossa Catedral; a Igreja das Dores; a Igreja de Santa Teresinha, com as
pinturas de Aldo Locatelli; o Santuário da Mãe de Deus; a Capela do Bom Fim; a Capela centenária de Belém Velho;
outros templos de outras religiões importantes na nossa Capital, e o Turismo
Religioso deve ser fortalecido.
Queria parabenizá-la pelo Projeto de Turismo
Náutico, tão importante, com aproveitamento do nosso querido e lindo Guaíba,
das nossas ilhas, e quero dizer que, indiretamente, já perdemos para Guaíba a
Ilha de Pedras Brancas, mas acho que o turismo pode ser integrado
regionalmente.
Então, Ângela, tu conheces o que é turismo. Não
adianta nós aqui ficarmos falando sobre turismo, porque tu és especialista e
estás sempre numa parceria muito próxima com todo o trade, porque nós
sabemos que o setor público não tem recursos suficientes para investir sozinho em turismo. Então, a parceria que V. Sa. tem desenvolvido é
fundamental para o futuro do nosso turismo em Porto Alegre, que gera renda, que
gera emprego, que gera impostos. Parabéns; seja muito bem-vinda a esta Casa.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Vereador-Presidente,
falo em nome da Bancada do PMDB. Da mesma forma, Dra. Ângela, queremos
cumprimentá-la pelo trabalho e cumprimentar todos que estão aqui, todos os que
representam esse segmento do Turismo. E serei breve, até porque tudo já foi
dito aqui, e o próprio Ver. Nedel acabou de dizer que quem entende de turismo é
a senhora, é a sua equipe e os representantes que aqui estão.
Eu só gostaria de fazer uma ressalva. Parece-me
que já foi dito também, aqui nesta tribuna, que nós ainda não conhecemos Porto
Alegre. Só para reforçar: nós precisamos conhecer Porto Alegre; a população
precisa conhecer Porto Alegre, seus pontos turísticos, que ainda são
desconhecidos por uma grande parcela da população, para que nós,
porto-alegrenses, nós mesmos possamos vender Porto Alegre.
Outro Vereador, se não me falha a memória, o
Ver. Adeli, falou: o que nós, políticos, podemos fazer para ajudar? Ele falou
em “ousadia”, que vocês têm ousadia. Eu
só reforçaria: o que nós, homens públicos, que representamos a política, podemos
não fazer para deixar que vocês possam fazer? O que nós podemos fazer para não
atrapalhar? Também faço esse
registro, porque, muitas vezes, aqueles que têm o poder acabam mais
atrapalhando do que ajudando. E, por tudo o que já foi dito, eu acho que só nos
resta, em nome do PMDB, cumprimentá-los e desejar que sigam em frente, que é o
que nós precisamos: mais turismo em Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente da Câmara, Ver. Dr. Goulart; Diretora-Geral - que eu preferiria
chamar de Secretária, e já conversamos muito a respeito; porém, ela acha que o
nosso Escritório é melhor para o Turismo -, é com muita honra, com muita
alegria que a recebo aqui, Dra. Ângela Baldino.
Quero, de antemão, antes de fazer as minhas
colocações, parabenizá-la pelo sucesso, pelo trabalho, pelo carinho que V. Sa.
tem tido para com o turismo de Porto Alegre. Quero cumprimentar todos os
senhores presentes, interessados nessa economia tão importante da nossa Cidade.
Nobres colegas Vereadores e Vereadoras, eu ainda
hei de ver Porto Alegre simbolizando, de fato, a Capital turística do
Mercosul.
Parabéns por esse trabalho entusiasta que hoje a
nossa Diretora-Geral desenvolve no Escritório de Turismo, pelos projetos que já
foram elencados aqui para nós; pelo Fórum Mundial de Turismo. Essa é uma
sinalização, é um despertar de uma consciência turística que estava, a meu ver,
fazendo falta à nossa Cidade.
Turismo é uma das economias mais importantes, e
será cada vez mais importante neste mundo globalizado, e nós temos que preparar
a nossa Porto Alegre para esse desafio, não o de amanhã; o desafio de hoje.
Mas, como eu falei, eu ainda quero ver Porto
Alegre não apenas como a Capital do Turismo do Mercosul, mas também,
principalmente, como a Capital de uma das tradições mais profundas, uma das
tradições mais vastas do mundo, comprovadamente, que são as tradições que o
nosso Estado representa, e, nada mais justo, Dr.ª Ângela, que Porto Alegre
represente, como Capital, essa cultura tradicionalista, fazendo dela uma
cultura que está pronta para ser sedimentada de vez; para que Porto Alegre
possa dar o grito, de vez, de independência turística; que possamos ter a nossa
Cidade, aqui, como a Capital do Turismo, aliás, o capital da cultura gaúcha
também transformada numa cultura turística, que tenho certeza de que é esse
símbolo a mais, essa coisa a mais que está faltando, para que possamos mostrar
ao mundo as belezas da nossa Cidade, porque o turismo nos trará, além de tudo,
mais cultura, trará uma miscigenação de culturas de outras partes, que trará
para a nossa população um sentido de vida mais limpa, mais cristalina, mais
culta.
Temos projetos apresentados nesse sentido, como
Vereador, de levarmos o assunto ao currículo escolar das crianças - nós já
debatemos isso, nobre Diretora. A idéia é que essa cultura nasça com as nossas
crianças porto-alegrenses, para que elas, população futura de Porto Alegre,
conheçam e desenvolvam esse turismo autêntico, para que possamos contar aos que
nos visitam, aos nos rodeiam, o que é Porto Alegre, o que ela representa, o que
nela acontece, sem dizer que, na parte econômica, nobre Diretora, o turismo nos
traz um aumento de arrecadação; mas o que é mais importante desse aumento de
arrecadação é o aumento da arrecadação sem aumento de taxa de impostos, porque
o verdadeiro desenvolvimento que uma nação desenvolvida, um Estado
desenvolvido, um Município desenvolvido necessita procurar é a otimização de
custos; e o turismo nos proporciona isso.
Tenho certeza de que, no Governo do nosso
Prefeito Fogaça, mesmo que não venhamos a plasmar concretamente todas essas
idéias, ainda assim seguiremos nesse sentido do desenvolvimento turístico da
nossa Capital.
Então, eu fiquei maravilhado com o que já está
sendo feito, mas volto a frisar que quero terminar na esperança, como eu disse,
de ainda ver Porto Alegre como a Capital do Turismo no Mercosul, Porto Alegre
como a Capital do Tradicionalismo do Mundo, e Porto Alegre, finalmente, como
quero encerrar, com o seu parque temático como quase todas as capitais têm. E
nós temos uma cultura para fazer um parque temático, nobre Diretora, nobres
Vereadores, que funcionará 365 dias por ano, 24 horas por dia.
Esse é o sentimento que eu tenho sobre o Turismo
e a necessidade de nós pensarmos. E, nessa parte, quero dar os parabéns por sua
gestão, uma gestão de equipe, com parcerias, com colaboradores, com pensadores.
Eu tenho certeza de que Porto Alegre vai chegar lá se tivermos mais “Ângelas” à
frente da organização e desenvolvimento do nosso turismo. Muito obrigado;
parabéns.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª
Margarete Moraes está com a palavra.
A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente,
Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; querida Ângela
Baldino, eu quero dizer que é uma honra muito grande para nós, desta Casa,
recebê-la e ouvir os teus conceitos, tuas idéias, teu planejamento - a que eu
já tive oportunidade de assistir lá na Associação Cristã de Empresários.
Eu acho que, em tão pouco tempo, já há um
expressivo trabalho a mostrar para toda a cidade de Porto Alegre. Eu queria
valorizar essa preocupação estética com os viadutos da Cidade. Eu notei a
diferença na Cidade; foi trabalho de um Escritório de Turismo; quero
parabenizá-la mais uma vez.
Como a Verª Clênia dizia, o que há de diferente
em uma cidade é aquilo que é diferente, aquilo que é singular, que são as
marcas de uma cidade. Eu acho que vários órgãos devem trabalhar com essa idéia
e, sem dúvida nenhuma, o Escritório de Turismo trabalha.
Eu acho que Porto Alegre tem a característica de
ser um pouco provinciana, um pouco cosmopolita, e acho que isso é uma grande
qualidade que deve ser explorada e que abre muitas possibilidades.
Eu também queria falar sobre a vida cultural;
são outras marcas de Porto Alegre.
No ano passado, tivemos os 100 anos de Lila
Ripoll, do Érico Veríssimo; neste ano, do Mário Quintana - e são razões e
justificativas para trabalharmos o turismo também; o Reveillon; o
Aniversário da Cidade; o Baile da Cidade; o Festival de Artes da Cidade de
Porto Alegre - que existe há 16 ou 17 anos -, que vai acontecer em julho,
agora, no Ateliê Livre, que vai além dos Governos; o Porto Alegre em Cena, que
tem um grande potencial; e, como o Ver. Raul Carrion falou, também nas questões do Mercosul.
Nós fizemos seis edições de Porto Alegre em
Buenos Aires e Montevideo, Dr. Goulart - levamos, inclusive, o carnaval; a
nossa escola de samba participou dos dois eventos por seis anos seguidos.
Buenos Aires e Montevideo em Porto Alegre eu acho que é um Projeto que poderia
ser retomado.
Dois Vereadores perguntaram o que nós podemos
fazer. Nós temos a responsabilidade de votar o Plano Diretor da Cidade; nós não
podemos descuidar do patrimônio cultural e ambiental da nossa Cidade, porque
também são fatores de desenvolvimento do turismo.
O Multipalco do Theatro São Pedro é um Projeto
que já conta com a contribuição da comunidade empresarial gaúcha, através das
leis de incentivo, da renúncia fiscal do Governo Estadual e Federal, e a Dona
Eva, até pela própria personalidade, acho que já arrecadou muitos recursos; falta muito pouco em
termos de arrecadação para a construção do Multipalco. Inclusive, quando eu era
Secretária da Cultura, um dia depois que eu assumi, a Dona Eva me procurou e me
falou que havia dois terrenos da Prefeitura atrás do Theatro São Pedro. E eu
tive a honra de fazer uma negociação, em nome do meu Governo, com outros
Secretários, com o Governo do Estado. Houve uma permuta legal, tudo certo, e
hoje o Multipalco é uma realidade.
Eu queria, assim como o Ver. Adeli, parabenizar
a Ângela Baldino; acho que é uma Secretária inteligente, contemporânea,
dinâmica, que olha para todos os lados sem nenhum preconceito - não é, Manuela?
-; isso é raro hoje, e que compreende a função do turismo, compreende que a
nossa Cidade tem como característica a função de agregar e irradiar as coisas e
que o turismo ajuda a desenvolver a auto-estima da nossa Cidade. Parabéns,
Ângela; continue assim!
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente,
Ver. Dr. Goulart; Ângela Baldino, Diretora-Geral do Escritório Municipal de
Turismo, figura tão querida da nossa Cidade, já com um cabedal de atividades e
trabalhos em prol das atividades comerciais, das atividades turísticas da nossa
Cidade; não poderia o PTB deixar passar em alvas esta oportunidade para
enfrentar questão de suma relevância, que é a “indústria sem chaminé”; a
indústria sem chaminé, da qual diversos países do mundo obtêm a sua maior
Receita.
Se nós examinarmos diversos países, diríamos a
Espanha, por exemplo - sem falar em outros Países -, a maior receita se dá
exatamente no turismo. O turismo tem uma capacidade reprodutora infinita, pois
envolve uma verdadeira cadeia de atividades, e, via de regra, são divisas - sem
falarmos do turismo interno - trazidas do Exterior, que são incorporadas,
“entesouradas” no patrimônio financeiro do País que recebe o turismo.
E
vejam nós, no Rio Grande do Sul: estamos aqui no garrão da Pátria, estamos aqui
na extremadura meridional do Brasil; uma terra, um Estado e uma Capital onde se
tem uma Europa. O Rio Grande do Sul tem a Europa: aí estão os italianos,
alemães, portugueses, poloneses, enfim, todas as etnias que formam um
verdadeiro mosaico universal no Rio Grande do Sul. E Porto Alegre, também, é
uma miniatura disso. Temos culturas e tradições, temos o Pampa, a Serra, e
temos o Litoral.
Eu estava, não faz muito, em Buenos Aires, e o
Embaixador nos dizia que, em Santa Catarina, durante todo o verão, três moças
estão como cicerones para mostrar as praias de Santa Catarina. O Embaixador do
Brasil, na Argentina, dizendo isso!
Então, nós, com a riqueza que temos, somos o
portal do Plata, com a Argentina, o Uruguai, o Chile e, de resto, os países que
ingressam pela via do Plata.
Porto Alegre tem todos os equipamentos, tem uma
rede hoteleira, tem grandes restaurantes, grandes espaços que estão esperando
providências criativas na área do Turismo.
Então, é bem-vinda a nossa Diretora, que acho,
deveria ser uma Secretária, não que o nome altere, mas deveria ser Secretária
de Turismo, mantendo até a mesma estrutura, mas com o patamar de uma Secretaria
de Turismo.
Parece-me que, do ponto de vista semântico,
ajuda, sim; ajuda.
Então, é um momento importante, Ângela, quando
tu vens a Casa trazer os teus propósitos, e contarás com a participação da
Casa, porque temos riquezas extraordinárias. Temos, por exemplo, a cultura
nativista.
Nós precisamos, aqui, fazer um Festival da Música Nativa do Plata - nem é do Brasil; nem é do Rio
Grande do Sul -, envolvendo el gaucho uruguaio, argentino e o gaúcho do
Rio Grande do Sul. Inclusive tenho um Projeto aprovado para a colocação de um
pedestal, para a construção de uma estátua do Jayme Caetano Braun. Eu quero te
mostrar, depois, a maquete do payador Jayme Caetano Braun. É que nós
vamos inaugurar este ano, com recursos hauridos não do Poder Público, aqui no
Parque Harmonia, nesse espaço farroupilha, no espaço do gaúcho, a Pira do Payador. Então,
nós temos uma riqueza cultural imensa, uma diversificação muito grande. Temos
tudo para produzir riquezas para Porto Alegre, para dar emprego à cidade de
Porto Alegre, para recolher tributos, enfim, para desenvolver a cidade de Porto
Alegre e, de resto, o Estado do Rio Grande do Sul.
Portanto, querida
Ângela Baldino, recebe a nossa saudação pelo teu talento, pela tua dedicação,
pela tua simpatia, porque isso faz parte, também, do administrador. O dirigente
tem de ser exatamente uma pessoa alegre, propositiva, criativa, de bem com a
vida. E tu carregas essa simpatia. Isso é um dom que Deus põe no rosto das
pessoas. Então, é motivo de grande satisfação te receber aqui e nos perfilar
nessa caminhada, nessa luta para desenvolver o turismo de Porto Alegre. Nós
temos o estuário do Guaíba e o mais bonito pôr-do-sol - que dizem os que viajam
- do mundo, do Planeta. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): A Verª Maria Celeste solicita Licença para
Tratamento de Saúde no período de 26 a 29 de junho. A Mesa declara empossado o
Suplente, Ver. Gerson Almeida, nos termos regimentais, que integrará a Comissão
de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, em função da
impossibilidade de os Suplentes Marcelo Danéris e Guilherme Barbosa assumirem a
Vereança.
A SRA. ÂNGELA BALDINO: Meu caro
Presidente; Vereadores, eu gostaria, em nome da minha equipe, de fazer um
agradecimento pelas manifestações aqui colocadas.
Eu gostaria de dizer aos senhores e às senhoras
que aqui se manifestaram que não existe projeto, não existe nenhum trabalho se
não houver equipe e se as pessoas não se sentirem comprometidas com o processo.
É dessa forma que eu levo o Escritório, e cabe a mim fazer essa liderança, mas
todos, haja vista os parceiros aqui presentes, sempre estamos desenvolvendo o
nosso trabalho a várias mãos.
Então, eu gostaria de agradecer as manifestações
dos Vereadores e de comentar algumas questões apresentadas pelo Ver. Adeli Sell
como o Turismo Saúde e as tarefas para o Fórum Mundial do Turismo.
Eu diria que nós estamos à disposição. Esse
Fórum não é mais um Fórum da Cidade, não pertence à Prefeitura; isso foi dito
inclusive pelo Prefeito Fogaça, e foi uma solicitação dele que nós pudéssemos,
da forma mais abrangente possível, envolver e incluir todas as pessoas que
possam, de alguma forma, se beneficiar dele. Esse é o trabalho que nós temos
feito, e contamos com a participação de todos os Vereadores.
Eu quero agradecer também a manifestação do Ver.
Carrion. Sem dúvida alguma, nós tivemos aquela oportunidade, desenvolvendo
aquele trabalho que se tornou o embrião do Fórum Social Mundial, naquela
ocasião. Agradeço, enfim, por Porto Alegre ser uma cidade que tem, no Turismo
Cultural, uma parte muito importante, porque, como disse Lenin, e que eu gosto
muito de repetir: “Um povo que não conhece a sua história repete os mesmos
erros”. E eu diria que nós devemos preservar a nossa cultura, as nossas
manifestações, sejam elas tradicionalistas - e todas são, por excelência,
tradicionais como, por exemplo, a cultura italiana, a polonesa, a alemã -, e a
nossa maior, que engloba todas, o nativismo. Sem dúvida alguma, é muito
importante que o turismo tenha essa diversidade, porque isso traz as pessoas
para conhecer a Cidade. No turismo, hoje, as pessoas procuram aquilo que é
diferente, aquilo que pode, de alguma forma, despertar novos paradigmas, novas
idéias e novos conhecimentos.
Em relação à manifestação do Ver. Comassetto,
não tenha dúvida, nós estamos num processo de crescimento do turismo. No ano
passado, nós tínhamos de verba para investimento, no nosso Orçamento, o valor
de um mil reais, e conseguimos ampliar esse processo para 285 mil. Nós estamos
num processo de crescimento.
Eu gostaria de me referir a uma questão
importante levantada pelo Ver. Comassetto, sobre o tema ambiental, que é uma
preocupação importante. Hoje em dia, já existe no meio empresarial um credo de
que não há competitividade se não houver sustentabilidade; e isso significa, sim, um trabalho que considera o tema ambiental.
Acho que seria muito interessante também trazermos aqui o Ministro Walfrido dos
Mares Guia, que vem fazendo um excelente trabalho à frente do Ministério do
Turismo. E os Vereadores poderiam também nos ajudar através das Emendas
parlamentares. Nós tivemos uma Emenda de Bancada - e eu quero aqui, Verª Neuza
Canabarro, fazer um agradecimento à nossa Emenda individual, no valor de 200
mil reais, com que o Deputado Alceu Collares nos brindou dentro do nosso
Orçamento. E quero dizer que vamos investi-lo todo ali na orla, na Usina do
Gasômetro, na Revitalização do Cais.
Quanto ao Turismo Religioso, que o Ver. Nedel
colocou, nós também estamos trabalhando nessa linha, na parceria com o privado.
Inclusive, o Santuário Mãe de Deus está incluído no trajeto Caminhos Rurais.
Também quero agradecer a manifestação do Ver.
Bernardino sobre a questão do Conhecer Porto Alegre, que é uma realidade para
muitos de nós, e eu me coloco, aqui, como uma cristã nova no turismo. Eu não
sou tão especialista assim no turismo, mas nós estamos desenvolvendo um
processo estrutural no turismo de Porto Alegre, e nós estamos fazendo isso de
forma conjunta.
Eu ainda quero agradecer a manifestação do Ver.
Ismael, pois um parque temático, sem dúvida nenhuma, seria um marco importante
na Cidade, e nós possamos fazer, no nosso Parque da Harmonia ou no nosso Parque
Maurício Sirotsky, um parque temático.
Enfim, nós estamos num processo de crescimento
dentro do turismo.
Agradeço também a manifestação da Verª Margarete
Moraes. Já me referi à questão da Cultura e também quanto à importância do
Multipalco. Nós também entendemos, valorizamos e aplaudimos o trabalho da Dona
Eva Sopher à frente desse empreendimento. Eu também destacaria o Museu Iberê
Camargo, com o projeto do Arquiteto Siza. São esses equipamentos que podem
valorizar aquilo que nós temos de tão único e de tão singular, porque o
turismo, por valorizar os locais, valoriza a nossa cultura, valoriza aquilo que
é pertencente ao constructo do cidadão, que é a sua cultura, a sua personalidade.
Agradeço, ainda, o Ver. Elói Guimarães em
relação à estrutura do nosso Escritório de Turismo. Nós criamos um grupo de
trabalho, nós estamos nos debruçando sobre isto: que estrutura nós poderemos
ter para que seja o melhor para a Cidade? Inclusive esse projeto, essa
contratação do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares vai nos
ajudar muito para que possamos ver qual é a estrutura que o turismo pode ter.
Para encerrar, eu gostaria de apresentar a minha
equipe do Escritório. Eles merecem os parabéns, porque, com muita dificuldade,
mas com muita vontade, nós temos feito esse trabalho, e eu imputo a eles o
sucesso, porque eles pegam o projeto, colocam embaixo do braço e falam com quem
tem que falar e fazem acontecer. Esse é o compromisso que nós temos uns com os
outros, e me cabe a alegria de liderar essa equipe, que é composta pelo
Paradeda, que é meu Secretário Adjunto; a Mila; o Luciano; a Maria Helena
Müller, que é a responsável pela área de planejamento; a Luiza, que é meu anjo
da guarda; o Sobrinho, que vem a ser funcionário da Epatur e está ali junto
conosco; a Pretinha; a Vanessa; a Rosângela, do setor Administrativo; a
Clarice, que se uniu agora a nós, Coordenadora do escritório do Fórum Mundial
de Turismo; a Nana, nossa assessora de imprensa, enfim, nós somos poucos, mas
com muito trabalho.
Para encerrar, eu gostaria de dizer aos senhores
que nós queremos fazer do turismo um gigante, mas, lembrando aquele ditado
alemão: “com o cuidado de estar sempre olhando a posição do sol, para que ele
não seja a sombra de um pigmeu.” Muito
obrigada a vocês. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Srª Secretária, esta Câmara se sente honrada com a
sua presença nesta tarde, e o Presidente quer cumprimentá-la pelo belo trabalho
apresentado em tão pouco tempo e também por ter trazido para cá o Fórum Mundial
de Turismo.
Nós queremos dizer
também que não só o seu belo trabalho e o belo trabalho da equipe vão ficar em
nossas retinas, em nossos ouvidos, em nossa lembrança, mas também a entrada da
sua apresentação, que falou que os povos procuram outros limites e invadem
locais e países de maneira amistosa, em busca de cultura, da coisa exótica, em
busca de um grande lazer, prenunciando, portanto, o turismo como o grande animador
da paz entre os homens. Muito obrigado. (Palmas.)
Neste momento,
suspendemos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às 16h47min.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart - 16h51min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos ao
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Grande
Expediente, por cedência de tempo do Ver. Nereu D’Avila.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente; colegas Vereadores e Vereadoras, eu queria saudar a Drª Cleci
Müller, e, ao saudá-la, cumprimento os membros da Associação Gaúcha de Apoio
aos Portadores de Mucoviscidose, que se encontram desde as 14 horas aqui,
porque eu havia dito que falaria sobre esse tema da saúde. É um tema
importante, meu caro Dr. Goulart; vou tratar da Saúde pública do nosso Estado e
do problema da falta de medicamentos para os tratamentos continuados, dados os
graves problemas de saúde que nós encontramos em alguns setores.
No dia 21 de junho, nós temos o Dia Municipal de
Divulgação e Conscientização da Fibrose Cística - Mucoviscidose. Ontem ainda,
pude participar com os membros da Agam, em pleno Parque Farroupilha, Ver. João
Dib, do processo de divulgação dessa doença.
Hoje a Associação Gaúcha tem 218 pacientes, dos
quais, 170 usam lipase 10.000 unidades, uma enzima que é conhecida comercialmente
como Kreon, e, em dezembro, o Estado do Rio Grande do Sul fez uma compra; no
entanto, até hoje, junho, não pagou essa compra; portanto, colocando em
dificuldades o fornecedor desses medicamentos. Hoje esses medicamentos com
10.000 unidades de lipase estão em falta, sem previsão de recebimento. E o
Estado alega que tem a enzima com 12.000 unidades de lipase. No entanto, essa
medicação de 12.000 unidades traz gravíssimos problemas para alguns dos
doentes, trazendo sintomas como dores abdominais, perda de peso, má digestão e
má absorção. Bom, isso é um problema grave, já não bastasse o problema de
saúde.
Nós temos que relatar também que houve,
recentemente, um pregão, mais precisamente no início desse mês de junho, e o
distribuidor dessa enzima colocou o preço mínimo de R$ 1,40, porque, em
dezembro de 2005, como eu já relatei, foi vendida a R$ 1,16, mas, como não
recebeu, evidentemente o fornecedor colocou um preço acima daquilo que vinha
sendo praticado no mercado, e a Secretaria não aceitou pagar R$ 1,40.
Então, nós temos o grave problema da falta de um
medicamento que todo mundo sabe que é essencial. Para quem não conhece o
problema da fibrose cística, eu vou apenas lembrar que esses pacientes têm um
gravíssimo problema com o inverno, e não é fortuito que nós colocamos o dia 21
de junho, o início do inverno, como um dia municipal de divulgação e de
esclarecimento sobre o significado dessa doença - Dia da Conscientização e
Divulgação da Mucoviscidose. É uma doença rara que muitas pessoas não conseguem,
no consultório, numa consulta normal, detectar. E aí nós precisamos, sim,
alertar os pais desses pacientes, que, muitas vezes, não sabem que têm a
doença, de como ela se dá, por que se dá, como é que ela prospera. E essas
crianças, nesse inverno, com gravíssimos problemas por causa do frio, sofrem de
insuficiência respiratória, têm problemas pulmonares, têm dificuldades, muitas
vezes, de receberem um leito, porque a maioria é atendida no nosso Hospital de
Clínicas, que tem um trabalho específico sobre a fibrose cística.
Não bastassem todos esses problemas, nós temos a
falta desse medicamento, porque esse medicamento é prioritário. A enzima de que
estão necessitando, neste momento, é a enzima, volto a repetir, com 10.000
unidades de lipase, e não a de 12.000, que provoca rejeição e efeitos
colaterais nas crianças, nos adolescentes, trazendo problemas gravíssimos como
dores abdominais, diarréias, perda de peso, má digestão, má absorção, etc.
Eu quero salientar que não estou aqui fazendo uma disputa
político-partidária com o Governo do Estado, até porque conheço bem o nosso
Secretário Gabbardo, que recentemente esteve aqui nesta Casa, a quem a gente
tem reivindicado, tem colocado essas questões; no entanto, o Secretário precisa
saber, e eu vou mandar esse meu discurso para ele, para que não chegue no
subalterno, meus caros Vereadores; vou colocar isso na mesa do Secretário assim
que eu tiver as notas taquigráficas, hoje, no final da tarde ou amanhã. Eu
poderia vir aqui fazer uma disputa, de promessas do Governo Estadual, que
deixou de fazer isso, que deixou de fazer aquilo; não, Ver. Oliboni, eu quero
tratar de um caso concreto, de um problema de Saúde pública que atinge pessoas
que têm uma gravíssima doença, e a maioria não conhece, não sabe dos problemas
que tem. Portanto eu quero apelar ao Sr. Secretário...
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, eu quero
cumprimentá-lo pela maneira como V. Exª está conduzindo o problema: V. Exª não
está fazendo uma crítica; está procurando uma solução. Cumprimentos!
O SR. ADELI SELL: Eu estou aqui
fazendo um apelo, um apelo, porque pessoas têm um grave problema de saúde.
Recentemente falei aqui com o pessoal da Agapem - Associação Gaúcha dos
Portadores de Esclerose Múltipla - que também têm problemas, principalmente na
questão dos medicamentos de uso prolongado.
A Sra. Sofia Cavedon: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, é muito apropriada a sua
intervenção. Eu queria cumprimentá-lo e cumprimentar os cidadãos, as cidadãs,
aliás, que estão aqui acompanhando nas galerias.
De fato, o caos na Saúde pública é assustador. O
Governo do Estado retirou do Orçamento mais de um bilhão de reais nesses anos
do Governo Rigotto. Quer dizer, o
Governo Municipal não recebe nenhum recurso estadual, e a situação de gestão da
Saúde no Município é assustadora.
Eu estive, nesse final de semana, no Rubem
Berta, no posto Timbaúva, e é complicadíssimo, desde o esperar já às cinco da
manhã, sob o sereno, porque nem a cobertura, um avanço que é pedido pela
comunidade, é feita, até a ausência total de remédios e atendimento de pronto-
atendimento, de dentista, numa população de mais de sete mil moradores!
O SR. ADELI SELL: Perfeito!
A Sra. Sofia Cavedon: Tens toda a razão
em pautar esse tema. Obrigada.
O SR. ADELI SELL: Como eu já
havia dito anteriormente, os medicamentos de uso prolongado são de
responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde. Eu quero, portanto, aqui,
fazer um apelo ao Dr. Gabbardo, para que se sensibilize com esse problema. Nós
não estamos levantando uma questão de menor importância, e sim uma questão
extremamente grave; nós queremos que essas pessoas tenham dignidade, porque já
têm uma doença muito grave e agravada, desculpem a tautologia, pelo problema da
falta de medicamento, medicamento não- adequado, e pelo inverno, que,
provavelmente, será rigoroso; estamos vendo pelo clima de hoje. Então, espero
que possamos resolver esse problema.
Mais uma vez, eu queria aqui salientar, meus
caros colegas, a presença de vários membros da Agam, que estão aqui desde as 14
horas, aguardando o período do Grande Expediente, que só pôde ser feito agora,
devido o Comparecimento da nossa Secretária.
Quero salientar a importância do trabalho da
Associação Gaúcha de Assistência à Mucoviscidose, e que nós continuemos
irmanados, todas as Bancadas unidas aqui, e vou solicitar, depois, também,
apoio aos Vereadores, para que a gente tenha resolvida essa questão.
Ver. Dr. Goulart, V. Exª, meu caro Presidente,
que é médico, sabe que eu estou aqui falando de algo extremamente sério. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Meus
cumprimentos, Vereador, por essa preocupação.
O Ver. Professor Garcia está com a
palavra em Grande Expediente, por
cedência de tempo da Verª Neuza Canabarro.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente;
Sras Vereadoras; Srs. Vereadores, neste domingo, o Partido Popular
Socialista fez a sua Convenção, a exemplo de outros Partidos que também o
fizeram; há um ou outro Partido que ainda não promoveu a sua Convenção. Quero
dizer que o Partido Popular Socialista, durante esses últimos meses, teve o
cuidado e o bom senso de procurar dialogar com todos os Partidos, e não é por
acaso que o nosso Deputado Cézar Busatto coordena hoje o Pacto pelo Rio Grande,
embora o Deputado Cézar Busatto não seja candidato, mas teve essa missão,
porque é um grande articulador. Ao mesmo tempo também, durante três meses, o
PPS promoveu o Diálogos com o Rio Grande e, em todos os lugares dos Coredes,
promoveu uma ampla discussão com a sociedade civil. Tive oportunidade de
participar de algumas reuniões, e lá estavam as universidades, o meio
empresarial, as associações comunitárias, vários Partidos políticos.
Basicamente, o que se buscou foi traçar um
perfil das necessidades do Rio Grande e, ao mesmo tempo, ver de que forma o
Partido Popular Socialista pode ser propositivo para trazer uma grande
colaboração para o Rio Grande.
Uma das coisas que foram definidas, por exemplo,
que posso dizer de público para os senhores e as senhoras, é a descentralização
do Governo. Isso os senhores e as senhoras podem ter a certeza de que vai ser
algo novo, ou seja, o nosso Rio Grande vai ser descentralizado, inclusive
economicamente. Isso quer dizer que hoje todo o Orçamento do Município vai ser
dividido para as regiões, e essas vão poder administrar, de pronto, esses
subsídios.
Imaginem os senhores e as senhoras um simples
exercício. Quando há uma licitação num determinado Município, de que forma é
feita hoje? A licitação é feita aqui em Porto Alegre, as empresas trazem as
suas propostas, e a empresa vencedora vai fazer a obra naquele Município. Nós
estamos propondo uma forma diferenciada, que a licitação seja lá naquele
Município, porque temos certeza e acreditamos que, se a licitação for realizada
no Município, essa licitação vai ser mais barata e, ao mesmo tempo, vai
promover geração de emprego e renda para os seus munícipes, porque, sendo
local, vai oportunizar aos trabalhadores daquela região participação de uma
forma mais expressiva naquela localidade. Isso tudo foi discutido com todos os
Partidos.
Criou-se também uma carta de intenção com o PSB
e com o PL para se obter algumas regras de direcionamento de uma possível
campanha em conjunto. Após todos esses esforços, constatou-se que muitos
Partidos não tinham e não têm essa grandeza de diálogo, e nem querem abrir mão
de suas posições. Ao contrário, o PPS nunca postulou para si a exclusividade do
cargo de Governador do Estado, sempre se colocou à disposição de uma ampla
discussão, porque entende que o mais importante é o projeto de construção para
o Rio Grande; não conseguiu estabelecer maiores parceiras, mas, ao mesmo tempo,
vai ser o Partido com o maior número de coligações de Partidos. E é importante
colocar que, nesse domingo, ficou acertado que estarão junto com o PPS, o PL, o
PSC, o PSL, o PHS, o PTdoB, o PRTB, o PAN, o PMN; são nove Partidos, desses que
nós chamamos hoje de “Partidos emergentes”.
Na realidade, esses Partidos, pela primeira vez
também se uniram, tomaram uma posição e, ouvindo os diversos Partidos, optaram
pelo PPS. Volto a dizer, optaram pelo PPS, por uma proposta de projeto
político, buscando uma descentralização do Governo, fazendo com que a vida nas
regiões possa ser mais expressiva, porque nós temos que ter a consciência de
que é preciso que haja, cada vez mais, a descentralização, seja do poder do
Estado, seja do poder da União, porque a vida ocorre nos Municípios, é na
cidade que as pessoas circulam, é na cidade que as pessoas vivem o seu
dia-a-dia.
E após dizer tudo isso, após todos esses
contatos que o Partido procurou fazer ao longo desses dois meses, no dia de
ontem, domingo, formalizou-se uma aliança com esses nove Partidos, e foi
lançado o nome do nosso Deputado Federal Nelson Proença para ocupar o cargo de
candidato a Governador do Estado, e a ex-Deputada Hilda de Souza, concorrendo à
vaga de Vice-Governadora.
A ex-Deputada Hilda de Souza também, num gesto
de grandeza, estava momentaneamente afastada da vida política, não da vida
pública, e todos os senhores e as senhoras sabem que Bernardo de Souza,
ex-Prefeito de Pelotas, pelo PPS, quando percebeu que estava doente, num gesto
de grandeza interior, resolveu renunciar ao cargo; poderia ficar no cargo,
mesmo doente, até 2008, mas resolveu, num gesto de grandeza, volto a dizer,
optar, como estava limitado para fazer uma atuação plena, por entregar o cargo
a outro que pudesse exercê-lo, naquele momento, então, de maneira plena.
Mas, então, quero colocar essa situação, que foi
um esforço muito bonito, um esforço coletivo que deu um outro sentimento. E,
ontem, as centenas de convencionais, congressistas que lá estavam, os nossos
Prefeitos, Vice-Prefeitos, Vereadores, os diversos pré-candidatos, pessoas de
inúmeros Municípios, que lá acorreram, mostraram, mais uma vez, a unidade, a
força, a disposição de entrar em campo e jogar junto.
Mas voltamos a dizer: o que o PPS buscou, todo
esse tempo, foi fazer, de uma forma coletiva, esses diálogos com o Rio Grande.
E o que queremos dizer, cada vez mais, hoje, é que, por intermédio do Partido,
com Proença e Hilda de Souza, pode-se buscar um Rio Grande, e esse Rio Grande,
temos dito, é um Rio Grande que pode mais. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
Passamos às
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente; Sras Vereadoras; Srs. Vereadores, eu cada vez mais
admiro a figura extraordinária do político e administrador José Loureiro da
Silva. Um dos últimos discursos que ouvi de S. Exª iniciava dizendo assim: “Sou
o último de uma geração de homens para quem a palavra valia o que os documentos
não valem hoje”, e quantas vezes eu vi o esforço inaudito do Dr. Loureiro para
cumprir com a palavra empenhada. Mas hoje, realmente, os documentos não têm
muito valor. O Prefeito de Porto Alegre assina um documento, quando cria a nova
unidade financeira, o IPCA. Ele diz e assina (Lê.): “...utiliza como índice
referencial o IPCA calculado pelo IBGE, considerando ainda que a Mensagem do
Poder Executivo referente à mesma proposta orçamentária aponta que aos
servidores municipais será assegurada, anualmente, uma correção de salários em
índice igual à variação do IPCA do período-base...” “...entendemos que os
tributos municipais que sofrem reajustes anuais por força de legislação
específica devem ter a sua correção atrelada ao mesmo índice aplicado em
relação às dotações orçamentárias e aos reajustes dos servidores”. Portanto o
Prefeito escreve e assina isso.
Eu tive a infelicidade de ver - para mim vai ser
sempre marcado o ato de este Plenário rejeitar um Requerimento para que o
Decreto do Prefeito fosse analisado - o Decreto a respeito do qual, na
sexta-feira, os Srs. Secretários da Fazenda e de Orçamento e Finanças disseram
que não havia índice para os salários dos servidores. Então, se não houvesse
índice, haveria a necessidade de um projeto de lei, aprovado por esta Câmara,
para dar os 2,54%, mas havia um índice, e é o Prefeito também que assina.
(Lê.): “É com este espírito que o Poder Executivo encaminha a essa
egrégia Câmara Municipal de Vereadores a presente proposta de reajuste salarial
cujo artigo 2.º do Projeto de Lei concede o reajuste salarial de 4,51% da
data-base de maio de 2005, a ser aplicado em duas parcelas não-cumulativas; uma
de 2,42%, retroativa a 1.º de maio de 2005” - data-base: maio de 2005 -, “...e
outra de 2,09%, a partir de 1.º de janeiro de 2006. Sua aplicação, de forma
parcelada, tem por razão a adequação ao fluxo de caixa, bem como, no decorrer
do período de sua vigência, manter os gastos de pessoal nos limites
estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal”. Assina ainda o Sr.
Prefeito. (Lê.): “Por outro lado, o presente Projeto de Lei, em seu artigo 1.º,
altera a periodicidade dos reajustes, transformando a bimestralidade em
anualidade”. É o Prefeito quem assina, e não este Vereador que afirma. E diz
mais (Lê.): “Neste contexto, e por esses motivos, estão sendo revogadas as Leis
n.os 7.428 e n.º 7.539, atual política salarial dos servidores do
Município”. (Lê.): “Desta forma, com o efeito retroativo a 1.º de maio de 2005,
estabelecido no art. 7.º do Projeto de Lei, fica, a partir daquela data,
estabelecida, doravante, a periodicidade anual de reajustes dos vencimentos dos
servidores públicos municipais, sendo o mês de maio de cada ano a data-base da
categoria”.
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu, realmente,
como afirmei, vou levar para o resto da minha vida a tristeza de ver um
Requerimento de um Vereador experiente - desculpem a falta de modéstia -, com
convivência no Executivo e no Legislativo, não ser aceito pelo Plenário. Mas
digo a V. Exª que novo Requerimento será feito, e esse eu acho que terá de ser
aceito pela Comissão de Constituição e Justiça, baseado no Regimento Interno,
já que nós recebemos, com honra, com prazer, os Srs. Secretários, lá, para
fazer a prestação de contas da execução orçamentária do quadrimestre, mas
também recebemos os servidores municipais, por intermédio das suas categorias, que
reclamaram o direito de 4,63% de reposição salarial, conforme o Prefeito assina
duas vezes. É que o art. 36 do Regimento Interno diz que compete à Comissão de
Constituição e Justiça, inciso IV, responder a consultas da Mesa, de Comissão
ou de Vereador da área de sua competência.
Esse novo Requerimento já tem três assinaturas;
portanto, a Comissão de Finanças solicitará à douta Comissão de Constituição e
Justiça que informe a respeito da legalidade do texto do Decreto do Prefeito.
Poderá a Comissão de Justiça dizer que não, mas vai ter de dizer qualquer
coisa, e o Plenário não terá de ser consultado dessa vez. Portanto espero, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, que os documentos sejam cumpridos, porque eu
entendo que a palavra vale mais que um documento. Eu entendo assim, mas,
lamentavelmente, vejo que os documentos não são respeitados. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
Apregôo a Emenda n.º 08 ao Substitutivo n.º 01
do PLL n.º 201/04. A Emenda é de autoria do Ver. Claudio Sebenelo e diz (Lê.):
“Substitua-se no Substitutivo n.º 01 as palavras ‘condutor’ e ‘condutores’ por
‘motociclista profissional’ e ‘motociclistas profissionais’, respectivamente.”
Apregôo a n.º 09 ao Substitutivo n.º 01 do PLL
nº 201/04. (Lê.): “Retire-se do Substitutivo n.º 01 as expressões ‘denominado
moto-frete’ e ‘de moto-frete’”.
Apregôo a Emenda n.º 10 ao Substitutivo n.º 01
do PLL nº 201/04, que dá nova redação ao artigo 2.º do Substitutivo n.º 01.
(Lê.): “Artigo 2.º - O serviço poderá ser prestado por motociclista
profissional ou por pessoa jurídica, constituída sob a forma de empresa
comercial, associação ou cooperativa, que explore esse serviço por meio de
frota própria ou não, mediante prévia autorização e licença da Empresa Pública
de Transporte e Circulação (EPTC), nas condições estabelecidas nesta Lei e nos
atos normativos dela decorrentes.”
Todas as Emendas são de autoria do Ver.
Sebenelo.
O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em
Comunicações.
Solicito ao Ver. Mario Fraga que assuma a
presidência dos trabalhos, pois serei o próximo orador a falar.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Vereador
Dr. Goulart, Presidente da Casa; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores;
público que nos acompanha pelo Canal 16, quero abordar aqui dois temas que
creio serem de extrema importância para a cidade de Porto Alegre. O primeiro
diz respeito à promulgação da Lei Antinepotismo, feita pelo nosso Presidente da
Casa, hoje, aqui, Dr. Goulart, que só foi feita pelo Presidente exatamente por
ser uma Emenda à Lei Orgânica.
Abordou muito bem a questão o Ver. João Antonio
Dib. Ele dizia que, quando se trata da promulgação de uma Emenda à Lei
Orgânica, quem faz isso é o Presidente da Casa, e, portanto, não o Prefeito
Municipal.
Com isso, depois de aprovado o Projeto, foi
promulgado pelo Presidente da Casa, Ver. Dr. Goulart, com a presença do Ver.
Ibsen Pinheiro, por ser o Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, e a
Verª Clênia Maranhão, por estar representando o Governo Municipal, que se
pronunciou favoravelmente à Lei, que deverá ser obedecida após um ano de
promulgação.
Nesse sentido, creio que a Câmara Municipal,
através de seus Vereadores que votaram contra ou a favor, deu uma sinalização
positiva à Cidade e demonstrou que é preciso, sim, a partir das nossas
atitudes, das nossas ações, demonstrar que nós, enquanto cidadãos, enquanto
Vereadores, não mais compactuamos com esse tipo de privilégio.
Por essa razão, é de suma importância que a
Cidade, hoje, dia 26 de junho de 2006, vire uma página da sua história.
Parabéns, Ver. Dr. Goulart, pela sua ousadia em fazer esse ato de suma
importância.
Quero lembrar, também, o encontro, na
sexta-feira, nesta Câmara, dos artesãos e artesãs do Estado do Rio Grande do
Sul, que são mais de 50 mil, e, somente em Porto Alegre, são mais de 20 mil,
que estão não só se organizando para terem o seu sindicato, mas para terem, no
ano que vem, a sua federação.
Nessa sexta-feira, foi realizado o primeiro
debate com delegados de diversos municípios do Rio Grande do Sul e, num curto
prazo de tempo, teremos uma nova assembléia geral para formalizar o Sindicato
de Porto Alegre e a futura Federação.
Foi nesse sentido - Ver. Carrion, que tem uma ação
importante nessa área do artesanato, Verª Cavedon e demais Vereadores que atuam
nessa questão - que nós não só estamos buscando a consolidação e o fórum da
discussão política para legitimar as reivindicações, mais espaços públicos para
as suas feiras, para exporem sua arte, seu trabalho, mas, acima de tudo,
constituir um fórum para buscar a legitimidade como instituição - coisa que
ainda o Rio Grande do Sul não tem -, que é a Federação dos Artesãos deste
Estado, que a maior parte dos Estados já têm. Através dessa instituição, virão
muitos benefícios, muitos financiamentos em nível de Governo Federal,
possibilitando a viabilidade desses cidadãos se organizarem.
(O Ver. Mario Fraga assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. DR. GOULART: Ver. Mario
Fraga, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, é bem verdade que a gente tem falado em algumas doenças de grande
importância para a nossa atenção; uma delas é a esclerose múltipla, que foi
falada, hoje, pelo Ver. Adeli Sell. Mas existem duas situações muito simples no
seu tratamento, que, aparentemente, não preocupam as pessoas que não estão
envolvidas, porque não são duas doenças sem cura e nem duas doenças malignas.
Eu quero falar da hipertrofia, da gigantomastia, da mama gigante; do abdômen,
do ventre em avental, aquela parte do abdômen que cai cobrindo os pêlos
púbicos, quase até a vulva - quando em mulher; em homem acontece, mas é mais
raro - e que traz tantos transtorno.
Costuma dar, no sulco inframamário e no sulco
abaixo do abdômen avental, uma inflamação crônica chamada intertrigo, onde se
juntam bactérias, onde se juntam fungos, que causam coceira, comichão, prurido,
ardência e mais, causam cheiro desagradável nessas regiões.
Eu não estou falando dessas situações sob o
aspecto estético, porque há uma tendência cultural entre nós de acharmos que
não se pode fazer cirurgia estética pelo Serviço Único de Saúde, o SUS, como se
só uma mulher que tivesse bons planos de saúde ou muito dinheiro pudesse ter
direito a uma plástica dessa natureza. Não é verdade! As mulheres que têm a
gigantomastia têm muito mal-estar, têm aquelas duas estruturas pêndulas no seu
tórax. Só quem convive com uma mulher assim ou só quem é uma mulher assim sabe
do incômodo que traz essa situação benigna tão transtornante. No Serviço Único
de Saúde, não existe previsão para esse tipo de atendimento. Até existe, que é
a cirurgia plástica pelo SUS, mas onde está esse misterioso serviço do SUS? As
pacientes usuais que freqüentam os postos de saúde, a entrada do Sistema Único
de Saúde - o postinho de saúde -, referência de entrada para as nossas mulheres
que sofrem disso, onde deverão se operar? De repente, chegam no meu gabinete
algumas estatísticas da Santa Casa, da PUC, do Clínicas, mas não estão lá as
estatísticas das mulheres com essas situações tão incômodas: ventre em avental,
mamas com problemas de gigantomastia, flácidas, enormes, que trazem tanto
incômodo e cheiro desagradável.
Por que estou falando isso? Porque
protocolamos, nesta Casa, já há bastante tempo, um projeto, que está correndo
pelas Comissões - e espero que não encontre um viés de inconstitucionalidade
como ocorre em quase todos os projetos com um tom de Executivo, é bem verdade,
que tenho o atrevimento de fazer. Por quê? Porque eu estou na frente de
batalha, eu estou lá, atendendo no dia-a-dia, e sei o que importuna, o que
incomoda, o que é perigoso, o que é ruim, o que é chato, o que dói.
Essas mulheres que sofrem por essas estruturas
anômalas, aberrantes que vão se formando ao longo da vida, ao longo das
gestações que as mulheres oferecem para este País, dos filhos que botam no
mundo para a grandeza deste País. Nós temos que nos preocupar com essas
mulheres. E espero que, nesta Casa, seja aprovado esse Projeto e que, depois,
não seja vetado, porque a gente vai derrubar o Veto aqui, depois, como tem acontecido
com projetos dessa natureza. Precisamos estar atentos a essas mulheres, que não
vão morrer disso, mas que vão sofrer bastante disso. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Fraga): Obrigado, Dr.
Goulart.
O Ver. Dr. Raul está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Bernardino Vendruscolo.
O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente,
Ver. Mario Fraga; Srs. Vereadores; Sras Vereadoras; pessoas que nos
assistem através da TVCâmara, eu não posso deixar de utilizar este período para
continuar na área da Saúde. Gostaria de trazer alguns assuntos de extrema
relevância; alguns são insistências; outros são informativos.
A insistência número um que eu trago é a
urgência da municipalização das Unidades de Saúde do Bairro Partenon, ligadas
ao Centro de Saúde-Escola Murialdo. Gostaria que ficasse bem claro que isso
está, há muitos anos, sendo discutido. Já existe um denominador comum, e está
na hora de as pessoas “baterem o martelo” nessa questão.
Uma outra insistência também é em relação a um
Projeto meu que tramita nesta Casa, que cria o Centro de Planejamento Familiar
de Porto Alegre. Na esteira do que falou o Ver. Dr. Goulart, trata-se de um
Projeto que pode ser questionado do ponto de vista de ter
um cheiro de Executivo, vamos dizer assim, porque se trata de um projeto
autorizativo, mas todos conhecemos a necessidade do planejamento familiar, e de
forma gratuita na nossa Cidade. Acho muito importante que isso seja levado em
consideração pela sociedade, porque é um pleito da sociedade de Porto Alegre e
da sociedade gaúcha e brasileira.
Então, temos que
encarar esse problema de frente e proporcionar com gratuidade os serviços, que
vão desde a informação até a cirurgia nessa área.
Acho muito importante
também que haja, dentro desse Centro, um local onde aquelas pessoas que não
conseguem ter os seus filhos possam também ser atendidas para tentar conquistar
a sua prole.
A questão informativa
que coloquei, em relação ao que o Ver. Adeli nos passou, que na área da Saúde
me interessa muito. Essa questão da mucoviscidose, enfim, da fibrose cística, é
muito importante.
Já em contato com o
Gabinete da Secretaria Estadual de Saúde fui informado que o Secretário, o Sr.
João Gabbardo, hoje mesmo, pela manhã, já determinou que a equipe técnica da
Secretaria se reúna com urgência com as pessoas e representações que envolvem
essas necessidades. E isso está à plena disposição, porque existe um componente
técnico na questão que envolve a enzima lípase, que é muito necessária para
esses pacientes. Isso também é um trabalho necessário, e a Secretaria da Saúde
do Estado, com certeza, procura fazer o melhor possível nessa questão da
distribuição dos medicamentos especiais e contínuos.
O Sr. Aldacir
Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Raul, quero parabenizá-lo pelo pronunciamento e dizer que realmente causa
estranheza a nós, da Comissão de Saúde, quando é aprovado no Conselho Local e
Distrital a municipalização da Unidade
Saúde do Murialdo e não é executada. Estamos lutando há tanto tempo, e
V. Exª também é da região como eu; são seis, sete postos de saúde da região que
não foram municipalizados, estão sucateados e estão com falta de trabalhadores,
sejam médicos ou técnicos de enfermagem. Realmente nos causa estranheza, e é
importante a sua luta, a sua adesão conosco no intuito de poder cobrar do
Governo a municipalização e a implementação, de fato, do resultado final.
Parabéns.
O SR. DR. RAUL: Eu agradeço. É um pleito da comunidade, e, com certeza, vamos conseguir,
juntos, que isso se torne realidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Fraga): Obrigado, Ver. Dr. Raul. Ainda há um Vereador
inscrito em Comunicações, mas o Ver. Raul Carrion solicita Liderança, o que lhe
concedemos de imediato.
O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. RAUL
CARRION: Exmo
Sr. Mario Fraga, na presidência dos trabalhos; demais Vereadores, Vereadoras,
em primeiro lugar, nós queríamos fazer referência, aqui, ao apoio que a Central
Única dos Trabalhadores fez à Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Comércio e Serviços, no sentido de que o trabalho, aos domingos, dos
comerciários só seja permitido no caso de acordo entre os respectivos
sindicatos.
Lembro, Verª Margarete Moraes, que essa foi a
posição que esta Casa, através de uma legislação municipal, sempre defendeu,
juntamente com o Ver. Mario Fraga, por entender que é preciso, exatamente, a
liberdade de negociação.
Infelizmente, em 1997, através de uma Medida
Provisória, o Governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso embutiu, de forma
sub-reptícia, numa matéria, numa lei que tratava de outras questões, a
liberalização do trabalho do comércio aos domingos, contrária a toda a
legislação anterior, sob a alegação de aumento dos postos de trabalho.
Passados nove anos dessa modificação, não houve
aumento dos postos de trabalho - houve diminuição -, e o que houve, está
comprovado, foi um aumento da carga de trabalho dos trabalhadores, Dr. Raul.
Hoje, a carga média de trabalho no comércio é de 56 horas. É importante dizer
que essa reivindicação da Contracs tem também o apoio de entidades da CGT, da
Força Sindical, da Central Autônoma de Trabalhadores - a CAT -, e da CNTC.
Inclusive é importante dizer que essa postura da CUT, da Contracs, choca,
inclusive, com o Projeto que o atual Ministério do Trabalho encaminhou, na
busca de resolver esse imbróglio, mostrando a independência que os
trabalhadores têm - e têm que ter - diante de qualquer governo, sem confundir,
evidentemente, o que é um governo do campo popular com um governo do campo
neoliberal, mas mantendo essa independência.
Queremos registrar isso, aqui, pela importância
do tema, e porque esta Casa tem trabalhado com esse tema historicamente. Mas,
infelizmente, por uma decisão judicial, a nossa Lei foi suspensa.
Queria também fazer
referência a que, no próximo dia 28 - portanto, Ver. Oliboni, depois de amanhã,
na quarta-feira - é o dia que concentra a Jornada de Luta pela Reforma Urbana.
Essa Jornada de Luta, sob o lema “Outro Brasil, com Justiça Social e Cidadania,
é Possível”, é uma iniciativa dos movimentos sociais, através da Conam, da
UNMP, do MNLM, da CMP, do Fórum
Nacional de Reforma Urbana, da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental e da
Frente Parlamentar pela Reforma Urbana.
Essa Jornada
concentra-se em torno de quatro grandes bandeiras. Primeira: aumentar a
visibilidade da problemática urbana no Brasil, lutar por recursos para o Fundo
de Habitação de Interesse Social, recém-criado pelo Governo Lula; lutar pela
questão da regularização fundiária, a universalização do abastecimento de água
para as comunidades mais pobres, o esgotamento sanitário, o manejo de resíduos
sólidos, a erradicação dos despejos das famílias de baixa renda, que tem sido
uma luta desta Casa, tanto da CUTHAB quanto da CEDECONDH, agora; pelo combate à
segregação urbana; transporte público de qualidade e promoção de cidades justas
e democráticas. Este é o primeiro grande eixo: a visibilidade da problemática
urbana.
O segundo grande eixo
da Jornada de Luta pela Reforma Urbana, nesta quarta-feira, é a campanha “Olho
no Seu Voto”, buscando propostas concretas para a política urbana a serem
levadas a todos os candidatos, sem discriminação partidária, e buscando uma
plataforma do direito à cidade e à Reforma Urbana, procurando ampliar a Bancada
da Reforma Urbana, seja no Parlamento federal, seja no Parlamento estadual.
A terceira grande
questão é para que a agenda urbana seja colocada como uma prioridade nacional
nessas eleições.
E a quarta questão é
o fortalecimento da iniciativa da Coordenação dos Movimentos Sociais, de
construção de um projeto nacional antineoliberal e antiimperialista, ou seja,
um projeto de desenvolvimento nacional, popular e democrático que afirme a
soberania nacional, o desenvolvimento, a democracia e os direitos do povo.
Por fim, nos segundos
que me restam, meu Presidente, quero dizer do nosso júbilo, da nossa satisfação
com as informações divulgadas, no sentido de que a taxa de desemprego, nas seis
Regiões Metropolitanas do País, baixou neste último mês, e que a renda do
trabalhador subiu 1,3% em relação ao mês anterior, sinal de que o Brasil
caminha com passos seguros, sólidos para a construção de um projeto de inclusão
no nosso País. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Fraga): Obrigado, Ver. Raul
Carrion.
A Verª Maristela
Maffei solicita Licença para Tratamento de Saúde, no dia 26 de junho de 2006.
O Ver. Adeli
Sell está com a palavra em Comunicações.
O SR. ADELI
SELL: Meu caro Ver. Mario Fraga, na presidência dos
trabalhos; colegas Vereadores e Vereadoras; cidadãos e cidadãs, se não houvesse
o receptador, não haveria o ladrão. Um fotógrafo importante da nossa Cidade
estava fazendo um curso de fotografia nesse final de semana e teve seu carro
roubado, e, junto, se foram todos os seus equipamentos. Se levaram o carro e os
equipamentos, alguém vai comprar esses equipamentos. Inclusive, eu li nos
jornais recentemente sobre materiais cirúrgicos roubados de postos em Porto
Alegre, e ouvi, e vi, e li, certa feita, que roubaram um equipamento de alta
resolução da área de clínica médica no Rio de Janeiro, e, evidentemente, alguém
é o receptador.
Então, os
receptadores, hoje, não são mais aqueles que, vulgarmente e com a boca cheia,
algumas pessoas, inclusive da mídia, chamavam pés-de-chinelo. Não; a receptação
faz parte do crime organizado, das máfias que existem, pois nós estamos vendo,
inclusive, alguns crimes que não são investigados.
Eu já falei aqui - e
volto a falar: coisas muito obscuras estão acontecendo neste País, e a
Secretaria de Segurança Pública deste Estado não toma as atitudes que tem que
tomar. Não estou enxergando também ninguém, aqui, do outro lado, digamos assim,
que defenda
a postura de inoperância da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Vocês se
lembram da morte que relatei aqui, do jovem Mário Sérgio Gabardo, acontecida em
Canoas? Se a Polícia do Estado tem dificuldades, porque o crime parece ser
claramente a mando de máfia, por que não coloca a Polícia Federal na “parada”?
Afinal de contas, a Polícia Federal pode agir sobre o Território Nacional, tem know-how,
tem equipamento. Mas não; não é isso que está acontecendo.
Qual foi a investigação que foi feita sobre essa
morte horrível da Débora Koslowski, aqui ao lado da PUCRS, recentemente? Eu
estive lá num ato de repúdio.
O que foi feito para investigar a morte do jovem
Max Oderich? O que está sendo feito para investigar - no primeiro dia, no
segundo dia, na imprensa é só badalação - a morte do jovem Rodrigo Pavan? O que
está sendo feito?
São pessoas conhecidas, mas e os anônimos? O
dono da oficina, que é morto na periferia, na Lomba do Pinheiro? O dono de
boteco, que é morto lá no bairro Rubem Berta?
É claro que também tem que fazer justiça,
porque, nesse fim de semana, estourou, lá na Região Norte, um boteco de um
traficante, só que, ali perto, tem outro estabelecimento mais do que conhecido
de um traficante, de um receptador, e nada acontece. Absolutamente nada
acontece! Os caminhões abastecem o local de madrugada, todo mundo sabe. Eu não
moro na região, mas sei. E será que quem deveria saber não sabe?
Eu estou aqui para colocar o drama que vive a
nossa Cidade. Na Av. Azenha, as empresas estão falindo. Meu caro Ver. Brasinha,
seus colegas da Av. Azenha têm que suportar os falsos mecânicos, que agora
estão vendendo peças na frente das lojas deles. Amanhã estarão na frente da
sua, trocando pneu, vendendo pneu, na sua cara, na frente da sua loja, porque,
na Av. Azenha, já está acontecendo.
Esses dias, conseguimos que a SMIC e a EPTC
fossem lá, e a Delegacia de Furtos e Roubos deve ter iniciado as suas ações. Eu
acredito no Delegado do DEIC, o Delegado Ranolfo Vieira Júnior, altamente
capacitado, diga-se de passagem. Agora, falta vontade política, porque os
brigadianos de carreira, os policiais de carreira que eu conheço... Perguntem
aos que estão aqui, que inclusive são da reserva, perguntem aos nossos
companheiros da Brigada. O pessoal que está na linha de frente “não tem ruim”:
não tem partido, não tem governo; tem Estado. A Brigada e a Polícia, em vários
lugares, estão agindo, Ver. Mario - e já concluo -, muito bem, mas o comando, a
cabeça pensante pensa apenas política e partidariamente. Por isso o Estado está
mal. No dia em que as pessoas pensarem no Estado, no futuro, investigarem as
máfias... porque, eu volto a repetir - e concluo -, só existe ladrão porque
existe receptação. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
Está encerrado o período de Comunicações.
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, eu pediria, então, a atenção do Ver. Adeli Sell. (Pausa.) Eu
pediria, então, a atenção do Ver. Adeli Sell. (Pausa.) Eu pediria, então, a
atenção do Ver. Adeli Sell, que disse “do outro lado”... Está aqui o outro lado
para lhe falar sobre segurança. Eu estou lendo um livro de Marcos Rolim
publicado pela Editora Zahar. Está à venda numa livraria do Shopping Bourbon.
Eu me interesso, com seriedade, por segurança e,
quando falo aqui, procuro falar com base em dados.
Ver. Adeli Sell, como falar e exigir segurança
aqui no Estado, se não há uma política nacional de segurança? Como exigir
segurança aqui no Estado, se o Presidente da República tem um assessor chamado
Gilberto Carvalho, que “sentou em cima” da matança de Santo André?
Vossa Excelência pergunta quantas vezes nós
procuramos respostas para esses assassinatos inexplicáveis, mas V. Exª tem
alguma explicação para dar à população do Rio Grande do Sul sobre um crime que
a cúpula do seu Partido coonestou? Acho muito interessante essa ligação que se
faz, em todo o Território Nacional, entre a conivência do Governo com a
criminalidade, envolvendo-se na criminalidade, e, mais do que isso, praticando
a criminalidade.
E depois o Vereador do PT vem aqui cobrar
segurança, se o modelo maior, se o “pai” maior, se a instituição presidência
está tão invadida pela criminalidade a ponto de o Procurador-Geral da
República, através do Ministério Público, indiciar criminalmente o Presidente
da República. Essa, talvez, seja uma das maiores causas de criminalidade. E aí,
então, o Partido dos Trabalhadores perde o direito de falar em criminalidade,
perde o direito de falar em violência, porque a violência nasce no seio do seu
Partido, assim como o seu Partido, que, quando governou o Rio Grande do Sul,
mandou embora a Ford, e agora vêm dizer: “Ah, mas o desemprego baixou 1%!” Mas
que coisa linda, não é?! Puxa, mas geraram desemprego da forma mais perversa
possível, mandando embora um investimento, mandando embora o emprego, tirando
das pessoas que vivem em zonas estagnadas, como a metade Sul do Rio Grande do
Sul, a possibilidade de um emprego, de um plano de saúde, de comida na mesa, de
educação para os seus filhos. Então, depois, enviando, eleitoreiramente,
milhões de correspondências com o Bolsa Família, paternalisticamente, vêm
comprar uma votação, vergonhosamente.
Ora, vamos falar em segurança?! Tenham um pouco
de sensatez! E essa pergunta fica plenamente respondida: uma das causas mais
constrangedoras para a história desta República é, indiscutivelmente, o
envolvimento da Presidência da República, das cúpulas partidárias,
especialmente do Partido que está no Governo, com a mais lamentável criminalidade
da história deste País. O Estado paralelo se transformou em Estado oficial e
foi presa fácil, neste Governo, desse Estado paralelo, e aí, então, é muito
fácil acusar as Secretarias de Segurança do Estado, quando há uma ausência
nacional de política nacional de segurança.
Dessa forma é muito simples “olhar o argueiro no
olho dos outros”, não vendo que, no seu próprio olho, existe não um argueiro,
mas um tronco.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Fraga): Obrigado, Ver.
Claudio Sebenelo.
O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente;
Srs. Vereadores; Sras Vereadoras, eu falo em nome da Bancada do
Partido dos Trabalhadores, meio destreinado, mas quero tratar ainda do tema Segurança,
que foi objeto de uma fala bastante contundente do Ver. Sebenelo, que eu reputo
como Vereador bastante sério, mas surpreendeu-me que o Ver. Sebenelo, em cinco
minutos, em nome da Liderança do PSDB, tenha tratado o tema da segurança sem
conseguir dizer uma única palavra sobre, afinal de contas, que estratégia e que
política tem o Governo Estadual e o Governo Municipal para tratar esse tema da
segurança para o Estado e para o Município, porque, senão, nós vamos estar
tratando o tema não como Parlamentares, como dirigentes políticos e públicos,
mas praticamente como simples espectadores, mas espectadores muito parciais,
porque nós só estamos sendo espectadores do Governo da União, como se, de uma
hora para outra, desde que o Governo Lula assumiu o País, nós não tivéssemos
mais uma federação, nós tivéssemos apenas um Governo único central, que é o
Governo Federal; por quê? Porque um dirigente de um Partido como o PSDB está no
Governo do Estado, governou por oito anos a União, e está há 16 anos no Governo
Estadual de São Paulo. Enfim, não tem absolutamente nada a dizer, exceto atacar
o PT e desautorizar, tirar o direito do Ver. Adeli de tratar da segurança.
Convenhamos, ainda bem que o Ver. Sebenelo é oposição; não é Governo, porque,
se ele se acha no direito de desautorizar um Parlamentar a fazer crítica à
Segurança, convenhamos, nós estamos numa situação que está fora do padrão
democrático. Então, parece-me que, de fato, a questão da Segurança tem de ser
tratada de uma forma que não nos transforme em expectadores da ação dos outros.
Não há nenhuma dúvida de que essa situação precisa de um pacto federativo e da
construção de ações compartilhadas, que sejam capazes não apenas de ver a
Segurança sob o ponto de vista policial, idéia que está há muito superada, Verª
Neuza Canabarro - V. Exª, que é uma especialista em Educação. Agora, a
Segurança como um processo sistêmico de reconstrução de valores e de coesão
social, onde a banalização da violência, seja a mão armada, seja da violência
social, que também acha que é possível construir uma sociedade onde alguns não
têm absolutamente nada, ou as violências simbólicas, isso tudo seria tratado
como um contexto único, porque a violência, a questão da segurança vista apenas
sob a ótica policial, lamentavelmente, é muito antiga, e a sua ineficácia é tão
antiga quanto essa teoria.
Portanto, senhoras e senhores, parece-me que
tratar a segurança e repetir um discurso, um discurso falso, que fala em
matança em Santo André, ou seja, a repetição da banalização, da mentira e de
uma história que já está cansativa de ouvir eu acho que é algo que não ajuda
nada, até porque aviltar o Governo Lula, agredir a pessoa do Presidente Lula
parece que não tem sido uma boa estratégia para construir alternativas ao
Presidente Lula. O Presidente Lula tem mostrado que é como massa de pão: quanto
mais sovado, mais cresce. E mais, porque a população tem visto que, se o Lula e
o seu Governo têm muitas coisas para serem criticadas e avançadas, agora,
convenhamos, não é pelas razões que o PSDB e que a oposição têm apresentado,
porque essas razões são as do passo atrás, as razões que não falam uma única
palavra sobre o pior PIB do Estado do Rio Grande do Sul num longo período
histórico; parece que não têm nada a dizer.
E sugiro que o Ver. Sebenelo ouça a sua
candidata à Governadora, Yeda Crusius, que tem sido categórica ao dizer que o
Governador Rigotto e a sua base social devem parar de apenas chorar e reclamar
para o Governo Lula e devem também construir políticas públicas capazes de
enfrentar o problema do Estado não como expectadores privilegiados, mas como
agentes e sujeitos sociais, como Governadores, como pessoas responsáveis para
enfrentar esse problema.
Gostaria que o Ver. Sebenelo, que sei que é uma
pessoa letrada, gosta das letras, lesse os discursos da sua candidata à
Governadora, para depois poder equalizar melhor a sua forma de ver essa
questão. Agradeço, Sr. Presidente, pela tolerância. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Fraga): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Mario Fraga, na presidência dos trabalhos; nobres
Vereadoras, Vereadores, vendo os debates da Câmara aqui, cada dia, ou a gente
aprende mais, ou fica mais estupefato, um cobrando do outro; o Governo Federal
querer cobrar segurança do Governo Estadual e vice-versa. O Governo Federal,
que, de janeiro a maio deste ano, aumenta as suas despesas pessoais em 24
bilhões de reais e que não investe em nada, quer falar na Segurança Pública
deste País. Quem não é mais responsável do que S. Exa., o Presidente da
República, com esses altos índices de insegurança que estamos vivendo nos dias
de hoje? Ou cada dia que passa está melhorando?! Ou nós estamos nos enjaulando cada
vez mais? Mas quem é o responsável macro da política brasileira? Quem retém
esse dinheiro todo? Se o Presidente não é responsável, neste País, pelas
políticas públicas de Saúde, seja a política que for, nós não precisamos de
Presidente. Então, vamos ser apenas federativos, e cada Governador vai cuidar
do seu Estado, mas o imposto há de ficar no Estado, e não ir tudo para a S.
Exª, o Presidente da República, e ele dizer que não é responsável por nada.
Mas estou muito preocupado com o que ouvi falar,
com as últimas atitudes, novamente, de S. Exª, o Presidente da República: ele
está afrontando a lei do País. Estou muito preocupado com os funcionários
públicos deste País, porque S. Exª promete aumentos, decreta aumentos, mas fora
do prazo. Será que só ele, o Presidente da República, não sabe que está fora do
prazo para conceder aumento? Eu quero cobrar aqui dos seguidores de S. Exª -
que acham que vão ganhar essas eleições, mas acho que não vão - a manutenção
dessa falácia do Presidente. Ele terá que tornar verdadeiros esses aumentos aos
funcionários públicos que ele diz que vai dar por medida provisória,
contestando o Tribunal Superior Eleitoral. Ou ele está jogando o povo contra o
Tribunal, ou contra os Poderes. Ou é demagogia, ou é afronta, ou hoje governar
contra a lei virou moda neste País. Eu quero vê-lo garantir, e terá de
garantir, porque poderia ter dado há seis meses o aumento que a classe merece.
(Aparte anti-regimental do Ver. Adeli Sell.)
Agora,
ninguém me convence do contrário: um Governo que aumenta as despesas em 24
bilhões e não aumenta os investimentos correspondentes, esse Governo acha que
vai ganhar eleição? A senhora dona-de-casa acha que o Presidente não é
responsável por isso tudo que está acontecendo na Saúde, na Segurança, nos
aumentos de 10, 15 anos da funcionária lá do Ministério da Fazenda, que não
recebe, e que ele diz que vai dar? Mas vai dar “se” o Tribunal o deixar
conceder o aumento.
Eu não sei, sinceramente, talvez nós estejamos
marchando para um confronto que nós não queremos de maneira nenhuma; estamos
nos comportando democraticamente para irmos aos votos. Agora, eu quero que
também seja garantido o aumento que foi aprovado por unanimidade na Câmara
Federal, e o Presidente quer estancar o aumento aprovado aos funcionários deste
País, e a despesa é de apenas 5 milhões de reais, mas “sua santidade”, como ele
disse, que não tem pecado, gasta 24 bilhões de reais em despesas, em cinco
meses! Coitados dos aposentados, e eu digo mais: coitados dos trabalhadores do
Brasil se essa política continuar assim.
Por isso eu aposto e tenho certeza de que o povo
brasileiro, na hora de votar, vai votar conforme a sua consciência, uma
consciência de honestidade, uma consciência de transparência e de crença neste
País. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Fraga): Obrigado, Ver. José Ismael Heinen.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente; Sras Vereadoras; Srs. Vereadores,
eu, na realidade, fico impressionado com o que ocorre na Casa do Povo de Porto
Alegre.
Nós todos, quando assumimos, juramos cumprir o
Regimento Interno. Há assuntos importantes, sim, a serem tratados na Casa do
Povo de Porto Alegre, especialmente problemas de Porto Alegre. O art. 229 do
Regimento Interno é claro, é preciso, é conciso: “A Liderança poderá ser usada
em qualquer tempo, menos durante o período da Ordem do Dia, pelo Líder, ou por
Vereador por ele indicado, desde que seja um assunto de urgência ou de muita
importância submetido previamente ao Presidente para que se possa definir se
será concedida ou não a licença”.
Este Vereador consultou a Comissão de Justiça, e
esta, por unanimidade, disse que Liderança - assunto urgente, de excepcional
importância - é submetida ao Presidente, que dirá “sim” ou “não”. E nós passamos todo o tempo discutindo
problemas; é claro que é importante o salário que o Lula não deu no passado e
quer dar agora. É importante, mas não diz respeito à Capital, que tem muitos
problemas, por exemplo, o salário dos servidores municipais, que não foi pago
na forma prevista na Lei, e aí não tem problema, é Lei. Mas ninguém parece
estar interessado nisso. Nós vamos tratar dos interesses do futuro candidato, já
candidato à Presidente da República? Não. Vamos cuidar dos problemas de Porto
Alegre, que são urgentes, que são inadiáveis e que precisam ser tratados.
Aí vem o Secretário e diz que não tem índices, e
nós aceitamos que não tem índice, porque o Secretário disse. Mas nós não
sabemos ler? Claro que nós sabemos ler. Na verdade, o que nós precisamos é
cuidar de Porto Alegre e deixar de lado as Comunicações de Líder, as
Comunicações ou o Grande Expediente, já que aí se pode dizer o que quiser, na
forma que quiser. Mas nós estamos usando a Liderança como se fosse uma
Comunicação normal, como se fosse um período de Grande Expediente. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Fraga): Obrigado, Ver. João Antonio Dib.
O Ver. Paulo Odone está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. PAULO
ODONE: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu ocupo o tempo de Comunicação de Líder do meu
Partido para falar em nome da nossa Bancada e prestar contas aos senhores e à
Cidade, enfim.
O PPS, ontem, fez a sua Convenção Partidária, e
de lá tirou uma decisão, uma posição que nos ajuda muito na afirmação da
identidade partidária. Nós, ontem, por unanimidade e aclamação, aprovamos uma
chapa para Governador do Estado, o Deputado Nelson Proença, e de Vice-Governador,
uma figura que nos orgulha muito, a Hilda de Souza, que tem um currículo
político e profissional, neste Estado, que nos orgulha. A Hilda, a quem eu tive
o prazer de, junto com o Presidente do Partido, convidar, imediatamente
aceitou, muito lúcida entusiasmada; estava na presença de Bernardo de Souza,
seu marido, e nós fomos fazer a nossa Convenção e saímos muito orgulhosos de
ter no Partido uma chapa, uma alternativa para este Estado que, realmente, não
faça apenas uma frase de retórica, mas o pacto necessário para tirar o Rio
Grande do Sul da situação em que está, situação mais do que embaraçosa, quase
que absolutamente comprometedora, paralisante, seja para quem assumir o poder,
que vai necessitar que os Partidos abram mão um pouco das suas lutas partidárias
e, às vezes, até de algumas posições mais fortes, ideológicas, mas que possam
transigir em torno de alguns pontos fundamentais para viabilizar este Estado.
Eu vejo no Nelson Proença uma figura capaz de
ser a gestora desse processo.
Nós entramos lá sem preconceitos; e digo isso de
peito aberto com nenhum dos Partidos do quadro político gaúcho; sem nenhum
preconceito de fazer pacto com qualquer um deles, desde que queiram, realmente,
construir essa via de saída deste Estado. Vai precisar coragem, vai precisar
luta, mas vai precisar muito espírito de renúncia.
Temos já quase como concluído, mas ainda num
processo forte de vivacidade política, de empapuçá-lo, realmente, numa vontade
política da sociedade, um pré-projeto para este Estado, com gente experimentada.
Temos até uma experiência do Proença com isso.
Temos como coordenador do pacto, porque não
disputa cargo nenhum, o Deputado Busatto, que deixou a Prefeitura para
colaborar nisso, apartidariamente, e que vai ser colocado para nos ajudar
dentro do PPS, para que possamos consolidar esse programa; programa que há de
fazer o apelo também às outras forças partidárias.
Na minha ótica e na do PPS, terminou a fase do
maniqueísmo, do confronto do A ou B, do certo ou do errado. Ou renunciamos a
algumas das posições radicais que já tivemos no passado, ou temos o
distanciamento crítico necessário para saber que este Estado está absolutamente
encalacrado na equação que o algema, seja das dívidas, seja do limite da
Receita, seja pelo máximo que já fez de espoliação e arrecadação tributária, e
que todos os Partidos que passaram por ele já experimentaram as suas
frustrações, e esse é o projeto do PPS, que é construir uma alternativa que
supere isso e conclamar a sociedade, o mundo político para
compartilhar nos compromissos de execução dele, sem que ninguém abra mão da sua
identidade partidária ou política.
Essa é a convicção de
que o PPS pode conduzir, pode construir e pode harmonizar essas forças fez com
que nós tivéssemos, sim, a coragem, a determinação de lançar o nosso candidato
em chapa pura do PPS com seu candidato a Governador, com a sua candidata a
Vice-Governadora. Podemos oferecer essa alternativa ao Rio Grande do Sul. É
dura a parada para todos nós? É dura; são vários candidatos, vamos ter o 2º
turno, mas nós temos uma convicção enorme de conquistar a mente e o coração do
gaúcho. Fizemos até o lema: “Gaúcho que pensa vota em Proença.” Mas, na
verdade, queremos fazer o grande convite ao povo gaúcho para essa reflexão, com
a esperança, inclusive, que isso nos leve a fazer o Governador do Estado e
possamos fazer um grande pacto com os outros Partidos pelo Rio Grande.
Obrigado, senhores.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Mario Fraga): Obrigado, Ver. Paulo Odone.
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
N. 1489/06 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 061/06, de autoria do Ver. Aldacir
Oliboni, que institui o Programa Transparência na Câmara Municipal de Porto
Alegre, mediante a disponibilização, via Internet, de dados sobre a
gestão de seus recursos, ações e atividades do Poder Legislativo e dá outras
providências.
PROC.
N. 2096/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 082/06, de autoria dos
Vereadores Raul Carrion e Manuela d'Ávila, que institui a Semana do Conjunto
Habitacional Rubem Berta, no período compreendido entre os dias 16 e 22 de
abril, passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre. Com
Emendas nos. 01 e 02.
PROC.
N. 2131/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 084/06, de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni, que destina espaço no Largo Zumbi dos Palmares para
exposição e comércio de artesanato, artes plásticas, culinária artesanal,
antiquários, colecionadores e apresentação de canto, música, dança e artes
cênicas, denominado Mercado das Pulgas de Porto Alegre.
PROC.
N. 2996/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 123/06, de autoria do
Ver. Claudio Sebenelo, que denomina Rua Therezinha Rocha da Silva o logradouro
público cadastrado conhecido como Rua 5025, localizado no Bairro Hípica.
PROC.
N. 2997/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 124/06, de autoria do
Ver. Claudio Sebenelo, que denomina Rua Alexio Fagherazzi o logradouro público
cadastrado conhecido como Rua 5028, localizado no Bairro Hípica.
PROC.
N. 3168/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 012/06, de autoria do
Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre a instalação individual de hidrômetro nas
edificações verticais residenciais e nas de uso misto e nos condomínios
residenciais de Porto Alegre, em conformidade com o INMETRO e demais
disposições legais e técnicas aplicáveis, e revoga o art. 12 da Lei
Complementar n. 170, de 31 de dezembro de 1987, com redação dada pela Lei
Complementar n. 423, de 18 de setembro de 1998.
PROC.
N. 3194/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 134/06, de autoria do
Ver. Professor Garcia, que inclui as academias de ginástica e dança e balé no
Anexo I (Lista de Referência para a Cobrança da Taxa de Licenciamento
Ambiental) da Lei n. 8.267, de 29 de dezembro de 1998, no item Atividades
Diversas, como atividade de porte mínimo com grau de poluição baixo.
2ª SESSÃO
PROC.
N. 2917/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 074/06, de autoria do Ver. Sebastião
Melo, que concede o título honorífico de Líder Comunitária à Senhora Paulina
Rodrigues de Oliveira.
PROC.
N. 3214/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 136/06, de autoria da
Ver.ª Mônica Leal, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre
ao Professor Celso Bernardi.
PROC.
N. 3397/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 144/06, de autoria do Ver.
João Carlos Nedel, que denomina Rua Louro o logradouro público não-cadastrado
conhecido como Rua 5051, localizado no Bairro Hípica.
PROC.
N. 3448/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 080/06, de autoria do Ver. José Ismael
Heinen, que concede o Prêmio de Educação Thereza Noronha à Senhora Lenita
Ruschel Pereira.
3ª SESSÃO
PROC.
N. 2260/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 090/06, de autoria do
Ver. Dr. Goulart, que denomina Rua Nara Heloísa Costa Gonçalves o logradouro
não-cadastrado conhecido como Beco Um – Vila São Martim, localizado no Bairro
Cristal.
PROC.
N. 2985/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 119/06, de autoria da
Ver.ª Margarete Moraes, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto
Alegre à Artista Plástica Paulina Lacks Elzirik.
PROC.
N. 3027/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 129/06, de autoria do
Ver. Paulo Odone, que denomina Avenida Geny dos Santos Mello o logradouro
não-cadastrado conhecido como Avenida Dois – Loteamento Parque Santa Fé,
localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC.
N. 3078/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 132/06, de autoria do
Ver. Claudio Sebenelo, que denomina Rua Luiz Carlos da Silva Bettio o
logradouro público cadastrado conhecido como Rua 4561 – Loteamento Jardim do
Vale, localizado no Bairro Vila Nova.
PROC. N. 3079/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 133/06, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que denomina
Rua Attilio Bettio o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 5030,
localizado no Bairro Hípica.
PROC. N. 3218/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 137/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina
Rua Doutor Julio Olszewski o logradouro público cadastrado conhecido como Rua
1313, localizado no Bairro Marcílio Dias.
O SR. PRESIDENTE
(Mario Fraga): O Ver. Adeli Sell está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, Ver. Mario Fraga; meus colegas Vereadores e
Vereadoras; Ver. Oliboni, eu gostaria de dialogar com V. Exª a partir do seu
Projeto de Resolução, que institui o Programa Transparência na Câmara Municipal
de Porto Alegre, mediante a disponibilização, via Internet, de dados sobre a gestão de seus recursos, ações e
atividades do Poder Legislativo.
Considero de
fundamental importância esse Projeto, porque a população precisa saber o que
nós estamos fazendo aqui na Câmara, inclusive o que significa de poupança,
quando eu uso o laptop, aqui, como a Verª Manuela também usa com freqüência,
além de outros Vereadores, em vez dessa gastança de papel que nós já diminuímos
drasticamente nos últimos anos, nas últimas gestões, inclusive, nesta. Nós
estamos poupando os papéis gastos nas Atas, que era um volume imenso; agora
está na Internet. Quem
quiser modificá-las, ou etc. e tal, vê o que quer modificar, fala, aqui, na
hora da votação e modifica. Equivocadamente, o setor de imprensa da Cidade fez
chacota sobre o uso de uma modernidade.
Ver. Gerson Almeida,
V. Exª, que é um ambientalista, que tem conhecimento de causa, sabe o quanto é
importante a poupança de papel que nós estamos fazendo aqui. Então, evidentemente
que a população, com base nesse seu Projeto de Resolução, Ver. Oliboni, terá
condições de saber o que a gente gasta, porque eu estou pagando o ponto de Internet no meu gabinete; faz parte
da minha cota. Eu optei por ter um ponto a mais. Eu prefiro gastar 280 reais
num ponto de Internet a não sei
quantos mil reais em cópia xerográfica, em envio de cartas, coisas que eu posso
fazer pela Internet. Tem
um pequeno custo, mas, comparado com a gastança, é muito menos custo.
Eu queria dar um aparte ao Ver. Oliboni, que é o
autor deste Projeto de Resolução.
O Sr. Aldacir Oliboni: Obrigado, Ver.
Adeli Sell. Acho que é de extrema importância, e nós percebemos que a
Assembléia Legislativa executou esse Projeto no ano passado e foi o site
mais consultado durante o ano. Então, nós percebemos a grande importância que
tem lá no outro lado, quando o eleitor, o cidadão, quer saber o que está
acontecendo no Parlamento. A Câmara de Vereadores poderia dar uma sinalização
positiva no intuito de saber tudo o que acontece na Casa.
O SR. ADELI SELL: Inclusive
sobre o número de Pedidos de Providências, de Informações, que a gente faz, que
também fazem parte da atividade. Nós temos que ter também alguns outros
mecanismos. Pena que o Ver. Sebenelo não está aqui agora, mas seria importante,
porque a gente, por exemplo, poderia mostrar para o Ver. Sebenelo e para o povo
de Porto Alegre quantos Pedidos de Providências a gente fez sobre questões de
segurança - ou, melhor dizendo, Indicação, já que é para uma outra instância
governamental; esse é o nome correto - e que não têm resposta. Então, a gente
poderia publicar isso também, isso é que é transparência! Aí, o Vereador não
fica aqui vociferando, porque o Ver. Sebenelo é o campeão desta Casa de brigar
com todo mundo, de achar que só ele tem razão, sempre fazendo citações doutas,
mas, quando a gente chama para o verdadeiro debate, quando a gente quer
transparência, não existe, porque esses discursos que a gente faz, aqui, com
este Projeto do Ver. Oliboni, vão estar estampados “Discursos na Câmara”;
estampadinho o que cada um falou. Isso é importante, Ver. João Antonio Dib, V.
Exª que há pouco usava, aqui, da Liderança para dizer que, se a gente for
rigoroso com o Regimento Interno, muita lambança que se faz aqui na hora de
Liderança não seria feita. Mas então, muda-se o Regimento Interno. Eu acho até
que tem que se dar mais liberdade para falar, porque, depois, a gente pode
cobrar. Tendo transparência, Ver. Oliboni, eu dialogo com V. Exª, nós teremos
condições de fazer o verdadeiro debate; aí ninguém pode fugir da realidade,
está escrito, a gente gastou nisso, não gastou naquilo; as pessoas podem mandar
e-mail para cá, achar que é um absurdo gastar “xis” em telefone. Mas a
gente vai mostrar o trabalho que é feito. Se a gente precisa ligar, por
exemplo, para o Secretário Municipal do Meio Ambiente, pois, se mandar os
Pedidos de Informações e Pedidos de Providência, não são respondidos, a gente
tem que gastar, né? Então, a gente pode explicar que o Ver. Beto Moesch,
diferentemente do que fazia aqui, agora que é Secretário, não responde. Isso é
transparência! Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Fraga): Obrigado, Ver.
Adeli Sell.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente nobres Vereadores, temos tramitando o Projeto de Resolução nº
080/06, de nossa autoria, que concede o Prêmio de Educação Thereza Noronha à
Sra. Lenita Ruschel Pereira, uma professora que faz da dança, com certeza, uma
chamada educativa das mais merecedoras de elogios da nossa Cidade. Para quem
não conhece, a professora Lenita desenvolve seu trabalho há 50 anos em nossa
Cidade, fazendo, através da dança, a educação tanto corporal quanto mental dos
nossos filhos. Nós já temos gerações em que a avó dançou, a mãe dançou e a neta
está dançando. Cinqüenta anos!
Ela recebeu condecorações de diversos
organismos. Em abril de 2005, vejam os senhores, recebeu do Conselho Brasileiro
de Dança, filiando à Unesco - cuja sede se localiza em Paris -, na cidade do
Rio de Janeiro, a medalha do Mérito Artístico da Dança; possui um currículo
extenso, maravilhoso, educando com alegria, com melodia, as nossas gerações.
Eu tenho certeza de que os nobres Pares haverão
de aprovar esse meritório pleito de nossa autoria para a concessão desse Prêmio.
Da mesma forma, eu
vejo continuamente algumas críticas dos menos avisados a respeito dos nomes de
ruas dados pelos Vereadores aos logradouros da nossa Cidade. Temos que dar
nomes às ruas e temos que dar muito mais nesse sentido à nossa Cidade. Imaginem
os senhores que temos hoje ruas não-cadastradas em Porto Alegre, ruas que ainda
não têm nome, e isso dificulta a cidadania daqueles que moram nessas ruas. Ruas
sem CEP, em Porto Alegre, há um monte; também há vilas, em Porto Alegre, aonde
o carteiro não entra por falta de regularização; ele só chega até a porta da
vila - e cito o nome de uma: Vila Santa Maria, toda ela asfaltada; casas feitas
pelo DEMHAB, na época, numeradas, bonitinhas -, mas não pode entrar. Alega o
Superintendente, quando fiz um pedido da regularização, para que ao menos o
carteiro pudesse entrar, que não há verba federal suficiente para fazer a
distribuição das cartas, porque se tratava de uma vila ainda não-regularizada.
Por isso eu me bato muito nessa regularização fundiária da nossa Cidade.
Mas o que é mais
importante, no que diz respeito à numeração das casas, à nominação das ruas da
nossa Cidade, é que parece que as cidades do nosso Estado optam por esconder o
nome das ruas, optam por dificultar a leitura dos números nas ruas! Isso teria
de ser um processo o mais transparente possível, para que o cidadão que está à
procura de um endereço não precisasse, de repente, parar o veículo três, quatro
ou cinco vezes, pedindo informações, perguntando se esse é o nome de tal rua,
se aquele é o nome de tal rua. Acho que temos de fazer, definitivamente, uma
cruzada para que a nossa Porto Alegre seja um pouco mais acrescida de melhorias
de vida, e isso aconteceria, com certeza, se ampliássemos, se déssemos mais
visibilidade, se aumentássemos a numeração das casas e colocássemos o nome das
ruas, para que pudéssemos lê-lo de longe, e o destino da rótula das residências
de nossa Cidade.
Muito obrigado, Sr.
Presidente. Eram essas as considerações que eu queria fazer a respeito da Pauta
de hoje.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Mario Fraga): Obrigado, Ver. José Ismael Heinen.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a
Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr.
Presidente; Sras Vereadoras; Srs. Vereadores, o dia em que eu seria
muito feliz - mas, infelizmente, isso não vai acontecer - seria o dia em que eu
tomasse conhecimento de que os legisladores teriam se conscientizado de que
eles precisam mais fiscalizar o cumprimento das leis do que fazer mais leis.
Parece que o legislador, quando não tem nada para fazer, faz uma lei, põe o seu
nome embaixo, fica tudo certo, discute, briga e faz.
O nosso Ver. Raul Crespo Machado Carrion - eu
fiquei sabendo que ele também é historiador; por isso eu citei todo o seu nome
- apresenta um Projeto de Lei, determinando a instalação individual de
hidrômetro nas edificações verticais residenciais e nas de uso misto -
residencial e comercial -, e nos condomínios residenciais de Porto Alegre.
Eu tenho impressão de que os engenheiros
hidráulicos deste País são bastante competentes para saber o que é bom e o que
é ruim. Essa matéria que o Ver. Carrion está apresentando hoje, a Câmara
Federal, por meio de um Projeto de Lei, aprovou na semana que passou. Na verdade,
a idéia é de que quem tem um apartamento com menos pessoas gaste menos água do
que aquela que tem um apartamento em que residam mais pessoas, e, portanto, não
deve pagar a mesma coisa. É uma economia de centavos. Se fosse uma coisa tão
simples, os engenheiros hidráulicos, que são competentíssimos neste País, já
fariam os prédios assim. Todos os apartamentos teriam hidrômetros, sem nenhum
problema.
Há uma lei, aqui, feita por um ex-Diretor do
DMAE, mandando instalar isso em prédios de até três pavimentos; há essa lei
nacional, agora, a qual eu não sei se o Senado aprova ou não, mas eu não acho
que essa seja uma solução simples. Milhares de reais serão gastos, e esses
milhares serão pagos pelo comprador do imóvel, para que a pessoa economize
alguns centavos, mês a mês, durante anos.
O Sr. Carlos
Todeschini:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. João Dib.
Vossa Excelência, que foi Diretor-Geral do DMAE, também, por duas vezes,
permita-me discordar, porque essa questão da individualização das medições é
uma solução condominial que não altera e não afeta o sistema de medição e
cobrança do Departamento, da nossa autarquia - que é muito saudável e exemplar
-, mas promove a justiça interna nos condomínios. Eu vi um
estudo da Universidade Federal da Bahia, que afirma que tal medida reduz, em
média, 20% o consumo de água. Por quê? Porque, como a conta é paga
individualmente, as pessoas têm mais rigor no controle de seus gastos. Isso eu
acho que é importante e vem ao encontro da sustentabilidade ambiental que nós
buscamos. Muito obrigado pelo aparte.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Eu sou grato pelo aparte de V. Exª, que dá brilho
ao meu pronunciamento, mas continuo pensando que, para que se faça esse tipo de
rede para atender individualmente cada economia, se gastará muito mais. E essa
economia de 20% pode ser que seja realidade. Eu, por exemplo, possuo
apartamento e não tenho crianças, mas acho que gasto mais água do que outros
que têm dois filhos, porque fico mais tempo em casa do que outros que saem pela
manhã, voltam à noite, e fim de semana não estão em casa, e eu estou em casa...
Então, não é isto que vai fazer a diferença, mais um real, menos um real, mais
dois reais, menos dois reais. Agora, na implantação do sistema, o custo, sim, é
elevado, e aí isso tem que ser considerado.
O Ver. Aldacir
Oliboni pretende que sejam disponibilizados na Internet os dados sobre a Câmara
Municipal. A Câmara é muito democrática, é tão democrática que, no início do
ano passado, quebrou o sigilo bancário de todos os Vereadores. Colocou no
jornal quanto é que cada um tinha, em qual banco tinha, sem problema nenhum.
Então, eu acho que, quanto à proposição do Ver. Aldacir Oliboni, muitas das
coisas que ele aqui solicita já estão na Internet e podem ser buscadas lá. Mas,
de qualquer forma, ele é mais um Vereador que diz: “Bom, eu vou fazer uma lei
hoje...” Cumprimento o Vereador por mais uma lei.
Mas eu vou ficar feliz no dia em que os
legisladores entenderem que fiscalizar o cumprimento da lei é importantíssimo,
é a primeira missão do legislador. Se a lei fosse fiscalizada, o Prefeito não
pagaria menos do que ele deve pagar aos servidores municipais; mas a Câmara fez
a Lei, aprovou-a por quase unanimidade, e não faz mal que ele não a cumpra. Não
há problema nenhum. Então, a primeira missão do legislador é a de ser fiscal. E
é isso que eu gostaria que os meus ilustrados Pares fossem permanentemente:
fiscais. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): Obrigado, Ver. João Dib.
O Ver. Mario Fraga
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MARIO FRAGA: Ver. Luiz Braz, na presidência dos trabalhos neste momento, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, Ver. João Antonio Dib, vamos aproveitar o período
de Liderança também para que quem nos assiste na TVCâmara saiba que nós, 36
Vereadores, Verª Maria Luiza, temos pouco tempo para falar. Por isso a nossa
Bancada, a do PDT, da qual o Ver. Nereu D’Avila é o Líder, faz um rodízio
oportunizando esse espaço aos demais Vereadores; somos seis Vereadores.
Vamos aproveitar o momento para divulgar que,
ontem, o Partido Democrático Trabalhista, PDT, realizou suas convenções e
decidiu, em Porto Alegre, por concorrer com chapa pura, ou seja, os três
integrantes da chapa majoritária serão do PDT. Para a nossa satisfação e para
todos nós, Vereadores, que conhecemos o trabalho, o nosso candidato a
Governador será um Deputado Federal que desiste de um novo mandato na Câmara
Federal - temos certeza de que seria novamente Deputado - para concorrer
novamente a Governador do Estado. Temos certeza de que, com a sua experiência e
o seu conhecimento, poderá nos ajudar, no Estado, a fazer algumas coisas que
ainda não foram feitas.
Não sou de criticar ninguém; aqui nós teremos
dez ou onze candidatos ao Governo do Estado, mas, pelas experiências dos outros
candidatos, espero que venhamos a ter um bom Governador no próximo ano, e torço
para que seja o do meu Partido, o Deputado Alceu Collares. O nosso
Vice-Governador será um produtor ligado à agropecuária, à rizicultura, o Dr.
Pery Coelho, ex-Presidente do IRGA. E, para a nossa satisfação, para a
satisfação de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul, o nosso candidato
ao Senado será o Sr. Valmir Batista, Presidente da Ordem dos Advogados do
Brasil, que se licenciou, entregou o cargo ao Vice-Presidente para entrar nessa
disputa pelo PDT. Ele que seria o nosso candidato a Deputado Federal e a nossa
Direção, a Direção do Partido, solicitou que ele emprestasse seu nome para
concorrer ao Senado, e assim ele fez; nós vamos trabalhar por uma pessoa com
tão boa índole, que é o ex-Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, o
Valmir Batista.
Então, o PDT vai com chapa completa, chapa pura,
chapa PDT: Alceu Collares, Pery Coelho e Valmir Batista.
E para a nossa satisfação também, Ver. Luiz
Braz, V. Exª, que é dirigente partidário, sabe o quanto é difícil nós
conseguirmos inscrever 55 Deputados Estaduais e 31 Deputados Federais.
Inclusive, na composição das mulheres, onde temos que alcançar a cláusula do
percentual, conseguimos colocar as mulheres tanto na Federal quanto na
Estadual.
Então, venho a esta tribuna para divulgar,
principalmente a quem nos assiste pela TVCâmara, que o PDT vai completo: chapa
pura na majoritária, chapa de 55 Deputados Estaduais, chapa de 31 Deputados
Federais, e, para nossa satisfação e bastante alegria, tenho certeza de que
muitos serão Deputados Estaduais e muitos serão Deputados Federais. O Deputado
Alceu Collares é nosso pré-candidato até o próximo dia 6, quando poderemos
fazer campanha, e não mais fazer campanha aqui nesta tribuna. Desejamos
boa-sorte a todos do PDT, o que também desejamos a todos os colegas desta Casa
que estão concorrendo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Dr. Raul
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. DR. RAUL: Ver. Luiz Braz,
na presidência dos trabalhos; Vereadores e Vereadoras; aqueles que nos assistem
na TVCâmara, eu não poderia deixar, neste momento, de discutir a Pauta, porque
está em 3ª Sessão de Pauta um Projeto que denomina um logradouro da nossa
Cidade de Doutor Júlio Olszewski. Eu me sinto até emocionado de falar, porque é
uma pessoa com quem eu convivi por longos anos na minha vida, até o ano
passado, quando nos deixou. Foi um médico que fez o que 99% dos médicos
gostaria de fazer: atendeu a comunidade por mais de 60 anos.
O Dr. Júlio foi uma pessoa que, passados os seus
90 anos - ainda tive a oportunidade de ir ao seu aniversário de 90 anos -,
tinha uma família perfeita que todos nós desejamos: netos, bisnetos, a mulher
sempre ao lado - a Dona Erondina, que ainda está hoje aí; ele foi uma pessoa
que deu um exemplo de vida para todos nós; e eu tive, nos últimos 20 anos, a
oportunidade de acompanhá-lo, sempre com aquele carinho, jamais fez uma
crítica, só podia se tirar elogio a essa pessoa. Quando chegava uma pessoa -
bisavó, tataravó -, ele dizia: “Como vai a senhorita?” E ela abria o maior
sorriso deste mundo. Então, é uma pessoa que atende desde os tataranetos até às
tataravós, a quem me espelho muito na minha atividade médica.
O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Dr. Raul, não só assinando embaixo do que
V. Exª está falando, mas, há poucos dias, eu me encontrei com o Dr. Júlio César
Olszewski, e ele me contava que Dona Erondina, apesar da idade avançada, graças
a Deus, está bem, e que o Dr. Júlio trabalhou até o último dia, e isso nos faz
inveja. Ele foi uma grande figura da Cidade, merece ter o seu nome perenizado
não só numa rua, mas na memória de todos os porto-alegrenses que o conheceram,
como um extraordinário profissional e como um homem que, principalmente, formou
uma linda família.
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite
um aparte?
O SR. DR. RAUL: Antes de dar o
aparte a V. Exª, Ver. João Carlos Nedel, eu gostaria de dizer que eu estou me
solidarizando em gênero, número e grau com seu Projeto, que é uma coisa que eu
gostaria, com todo o carinho, de ter feito, mas, com certeza, ficou em muito
boas mãos.
O Sr. João Carlos Nedel: Ver. Dr. Raul,
é realmente um agradecimento da Cidade pelo imenso trabalho que o Dr. Júlio
prestou a esta comunidade. Muito obrigado pela sua gentileza de se referir a
esse Projeto. Meus cumprimentos.
O SR. DR. RAUL: Obrigado a
todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Claudio
Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver.
Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver.
Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O
Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Ver. Luiz Braz,
na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras;
público presente e assistência da TVCâmara, eu quero discutir dois Projetos em
Pauta hoje. Um deles é o Projeto que eu já aparteei em debate, Ver. João
Antonio Dib, que é sobre a questão da individualização dos hidrômetros, das
medições para a cidade de Porto Alegre, em especial os condomínios verticais,
porque, nos condomínios horizontais, já existe previsão e Lei.
Eu, como Diretor do DMAE, tive a oportunidade de
acompanhar de perto essa matéria. Numa determinada ocasião, eu recebi uma
estudante de Sociologia, ou de Engenharia, que fazia Doutorado na Alemanha,
Verª Margarete, e ela examinava os conflitos em função do consumo de água. Por
incrível que pareça - nós já tínhamos uma experiência muito larga aqui de que
esse tema gera muito conflito, mal-estar e indisposição entre vizinhos -, ela
me relatava que, na Alemanha, é exatamente a mesma coisa: o fato de haver uma
medição comum, ou seja, uma única entrada, um único hidrômetro para todo um
condomínio gerava, muitas vezes, conflito, mal-estar, incômodos entre vizinhos
e era o ponto de conflito principal também na Alemanha. E não era diferente
aqui no DMAE; era um ponto de muita, muita confusão, principalmente nos
condomínios, até porque o condomínio, como é uma estrutura muito formal, sempre
é muito responsável; o condomínio sempre paga a conta de água, e os
inadimplentes acabam tendo suas contas pagas por quem paga regularmente, Verª
Maria Luiza. Então, evidentemente, no futuro, no andar, o condomínio vai se
ressarcir, até pelas formas legais, daqueles que não pagam. O problema é que o
desembolso feito na hora do pagamento é pelos mesmos, geralmente. Com a
individualização, vai ficar pelo menos mais justo, porque aqueles que gastam
mais vão pagar mais; aqueles que gastam menos pagam menos.
E não é uma relação de um real a mais, um real a
menos; é bem significativa. A Universidade Federal da Bahia fez um estudo em
vinte e poucas economias e identificou que, de imediato, a redução é de 20% no
consumo de água nos condomínios. Isso é bom para todos: é bom para as pessoas,
é bom para quem se educa, é bom para quem tem que se educar no economizar água,
é bom para o meio ambiente, pois se economiza água e se gera menos esgoto.
Então, é um Projeto bem-vindo, sim.
Quero dizer que eu estava estudando o Projeto,
estou estudando ainda, vi que foi protocolado pelo Ver. Raul Carrion, mas vou
examinar e, se eu puder, vou agregar, emendar, vou contribuir, porque é algo
bem-vindo, é algo desejável para a Cidade, para os moradores e para o meio
ambiente.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Todeschini, a Lei n.° 423 era vigente
quando V. Exª foi Diretor-Geral do DMAE; o DMAE exigia, nos prédios com até
três pavimentos acima do nível médio do passeio, a existência de ramal predial
e reservatório superior individualizado para cada um? O DMAE exigia isso?
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sim. Eu creio
que sim, Ver. João Dib. Eu agora não me recordo do detalhe da Lei, mas o que
nós tínhamos era a individualização, inclusive nos condomínios horizontais. O
problema é que nós nunca tivemos uma previsão adequada para os condomínios
verticais, e isso não vem em prejuízo do DMAE; ao contrário, é uma solução que
ajuda na administração condominial, ao preço de dois ou três reais, ter e fazer
a justiça com as contas e com os gastos, porque não é justo que quem tem oito
pessoas morando num apartamento pague o mesmo que alguém que tem uma pessoa
morando, ou que, às vezes, visita o apartamento; e a conta é distribuída sempre
equanimente.
Então, essa idéia vem ao encontro, sim, de
produzir justiça, economia e bom uso da água; por isso que é um Projeto
importante e tem de ser aprovado. Vou fazer todo o esforço, inclusive para
ajudar a aperfeiçoar, e vem ao encontro, sim, de uma visão moderna de cidade e
de vida urbana. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Encerrada a discussão da Pauta.
Eu pergunto se alguma Bancada mais vai se
inscrever para Comunicação de Líder. Não havendo mais inscrições, eu solicito
que seja aberto o painel, a fim de que os Srs. Vereadores registrem as suas
presenças para verificarmos quórum para a Ordem do Dia.
Não há quórum para ingressarmos na Ordem do Dia.
O SR. MARIO FRAGA: Esses dias, eu
fiquei em dúvida; então, melhor perguntar do que ficar em dúvida.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Com certeza.
O SR. MARIO FRAGA (Questão de Ordem): Com a presença
de 15 Vereadores, eu não posso discutir o primeiro Projeto?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Mas, para
abrir a Ordem do Dia, nós temos de ter 19 Vereadores. Depois, sim, para
discussão, poderemos ter 12 Vereadores no plenário, e já poderíamos discutir,
mas, para abrir, precisamos de 19 Vereadores.
O SR. MARIO FRAGA: Obrigado,
Vereador.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Não há quorum.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h50min.)
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